Maioria dos trabalhadores brasileiros ganha de 1 a 3 salários mínimos
09/01/2009
Pesquisa divulgada na manhã desta quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a maioria dos trabalhadores do mercado formal brasileiro tem baixa escolaridade, ganha de um a três salários mínimos (de R$ 300 a R$ 900) e se encontra na faixa etária entre 30 e 49 anos.
Segundo o estudo, os homens ainda representam a maioria dos trabalhadores com carteira assinada no Brasil. Dos 29,544 milhões de empregados nessa situação, 60% são do sexo masculino.
A pesquisa intitulada Perfil do Trabalhador Formal Brasileiro, elaborada pelo Serviço Social da Indústria (SESI), faz parte de uma série bienal e mostra que de 2001 para 2003 houve mudanças significativas no mundo do trabalho.
Durante esse período, os dados dos dois últimos estudos mostram um aumento de 8,7% no contingente de empregados e uma pequena melhora na escolaridade. A taxa de analfabetismo caiu de 1,7% em 2001 para 1% em 2003. A proporção de empregados com ensino fundamental incompleto recuou de 29,7% para 26%. Mesmo assim, 43,4% dos trabalhadores não chegaram ao ensino médio e apenas 14,7% têm curso superior completo.
Se a escolaridade melhorou, o rendimento médio piorou. A proporção de pessoas que recebiam até três salários mínimos aumentou de 58,1% em 2001 para 64,2% em 2003, enquanto que o número de pessoas que ganhavam mais de três salários mínimos diminuiu de 41,7% para 35,5%.
Nordeste
O estudo, que traça um quadro a partir dos dados de 2003 da Relação Anual de Informações Social (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que o Nordeste apresenta níveis bem abaixo da média nacional.
Dos empregados com carteira assinada que se declararam analfabetos em 2003, 46,7% moravam na região, que também tinha a menor média geral de salários.
Entre os trabalhadores nordestinos, 11,3% –mais do que o dobro da média nacional (4,7%)– ganhavam até um salário mínimo. E 65,9% receberam de um a três salários mínimos, enquanto que só 4,2% ganhavam mais de 10 salários.
As regiões Sudeste e Centro-Oeste concentravam os maiores rendimentos. No Sudeste, 40,9% recebiam mais de três salários mínimos e, no Centro-Oeste, essa proporção era de 37,8%.
Faixa etária
Em 2003, 52,1% dos trabalhadores com carteira assinada tinham entre 30 e 49 anos de idade, outros 11,5% estavam com mais de 50 anos. Só 1% era menor de 17 anos.
Mulheres
Apesar de possuírem maior escolaridade que os homens, os dados indicam que, em 2003, as mulheres ocupavam 40% dos empregos formais existentes no país.
As mulheres que se declararam analfabetas representavam 19,3%, enquanto que os homens somam 80,7%. Entre os trabalhadores com curso superior completo, 55,9% eram mulheres. Mesmo assim, os salários pagos às empregadas eram menores do que os dos homens. Dos trabalhadores com rendimentos superiores a 10 salários mínimos, 32% são mulheres.
Quem emprega mais
Em 2003, 31,7% dos brasileiros com carteira assinada eram empregados do setor de serviços. Outros 17,3% trabalhavam no comércio, 18,1% estavam na indústria de transformação e 27,8% em outros setores, como agropecuária, caça, pesca e administração pública.
Fonte:
Uol Economia
5/10/2005