Lula pede a líderes europeus oferta de abertura agrícola efetiva

09/01/2009

Brasília, 28 out (EFE).- O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu à União Européia (UE) que faça uma oferta “efetiva de abertura” de seus mercados aos produtos agrícolas dos países em desenvolvimento nas negociações da OMC.

O pedido foi formulado em carta que o governante brasileiro enviou na terça-feira passada aos presidentes da França, Jacques Chirac, e da Itália, Carlo Azeglio Ciampi, ao presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, e ao primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, informaram hoje fonte oficiais.

“Alimentamos a expectativa de que a proposta (européia) contemple uma abertura de mercado efetiva para os produtos agrícolas, naturais e processados, dos países em desenvolvimento”, pediu Lula na carta, cujo texto foi divulgado hoje.

O presidente brasileiro solicitou aos quatro dirigentes europeus que influenciem neste momento crucial “para que a proposta da UE sobre acesso a mercados represente um verdadeiro impulso para as negociações agrícolas”.

Lula afirmou que a apenas 47 dias da reunião ministerial que a Organização Mundial do Comércio (OMC) realizará em Hong Kong, considerada fundamental para a Rodada de Doha, as negociações no capítulo agrícola “enfrentam a perspectiva de possível paralisação”.

Ele lembrou que, recentemente, os Estados Unidos fizeram uma proposta para uma redução “substancial” de subsídios em agricultura (de 60%) que ainda não satisfaz o Brasil.

Acrescentou que a oferta dos EUA animou o chamado Grupo dos Vinte (G20) a apresentar “propostas ambiciosas” para a redução dos apoios internos e das barreiras tarifárias e não tarifárias.

O G20, do qual o Brasil é um de seus principais impulsores, reúne países em desenvolvimento que lutam contra os subsídios agrícolas dos países ricos.

“O Brasil e o G20 estão dispostos, conforme demonstram nossas propostas, a fazer sua parte caso haja equilíbrio e proporcionalidade por parte dos principais parceiros”, afirma Lula.

Por isso, acrescenta, “esperamos com grande interesse que a União Européia presente ainda nesta semana sua contribuição sobre acesso a mercados e alimentamos a expectativa de que essa proposta contemple uma abertura de mercado efetiva para os produtos agrícolas, naturais e processados dos países em desenvolvimento”.

A última oferta da Comissão Européia, apresentada hoje, oferece um corte médio de tarifas agrícolas de 46%, mas ainda depende da aprovação de todos os membros desse bloco.

O comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, disse que essa nova oferta “vai mais longe do que a Europa foi antes” e inclui cortes nas tarifas agrícolas que vão de 60 a 35% e reduções até de 70% nas subvenções agrícolas.

Fonte:
Agencia Efe