Lula: Brasil está pronto para intensificar relações com empresas italianas

09/01/2009

Segundo o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, já está na hora de os empresários italianos “aportarem definitivamente” no Brasil. “O País vive um momento auspicioso. Obviamente, ainda temos muitas deficiências, mas em poucos momentos da História tivemos uma posição tão sólida como hoje”, afirmou.

A declaração foi feita, nessa quarta-feira (29/03), a uma platéia de empresários italianos e brasileiros, durante o Forum Brasil-Itália, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Confederação da Indústria Italiana (Confindústria), na sede da Federação.

Lula também manifestou o interesse de o governo federal viabilizar parcerias de longo prazo, para que as empresas brasileiras cresçam junto com as italianas. “Se somarmos o potencial do nosso PIB, teremos forças para negociar em qualquer rodada internacional” acrescentou.

O Fórum é um resultado de esforços conjuntos, iniciados em outubro de 2005 pela Fiesp e Confindústria, que devem fomentar a exportação e a importação, além de gerar acordos de cooperação em tecnologia e conhecimento.

Para o presidente da Confindústria, Luca di Montezemolo, os joint ventures devem ser realizados em prol das micro e pequena empresa. “Os pequenos empresários poderão ser beneficiados com parceria nos setores de infra-estrutura, agroindústria, eletrônica, nano e biotecnologia, moda, design e turismo. Há interesse ainda em portos, auto-estradas e transporte de mercadorias e passageiros, mas certamente não excluiremos outras oportunidades que eventualmente surgirem”, informou Montezemolo.

Na visão do empresário italiano, o Brasil oferece boas oportunidades de negócios, mas precisa investir no crescimento do mercado doméstico.

O presidente da Pirelli, Giogio Della Seta, disse avaliou o risco-país – hoje abaixo dos 300 pontos – como fator de garantia de investimento.”O Brasil tem capacidade de realizar excelentes negócios, mesmo com todas as turbulências políticas”, declarou.

Acordos Bilaterais
Dentre as propostas, as embaixadas dos dois países estão na iminência de fechar acordo, que visa oferecer visto permanente de cidadania aos empresários italianos que investirem mais de US$ 50 mil no mercado brasileiro.

Outro acordo anunciado, desta vez pelo presidente da Associação Bancaria Italiana, Maurizio Sella, é o fim da retenção de 15% dos recursos aplicados no Brasil por conta do risco de se investir no País por parte do banco estadual italiano. “Conseguimos reduzir esta taxa a zero graças ao rumo que a economia brasileira vem seguindo”, explicou.

Economia Italiana
Segundo dados divulgados pela Presidência da República, o saldo da balança comercial entre Brasil e Itália praticamente dobrou nos últimos três anos. Em 2003 o saldo comercial registrou superavit de US$ 476 milhões, US$ 855 milhões (2004) e US$ 948 milhões (2005).

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que, de 2003 a 2005, a taxa média anual de crescimento das exportações para aquele país foi de 21,1%, enquanto as importações cresceram em média 9%.

Nos dois primerios meses de 2006, a Itália ocupou a 9º posição nas exportações brasileiras, somando US$ 553 milhões, com crescimento de 15,1% em relação ao mesmo periodo do ano passado.

As importações mativeram o mesmo patamar do primeiro bimenstre de 2005, com um pequeno acréscimo de1,1% registrando US$ 342 milhões em compras.

Fábio Rocha, Agência Indusnet Fiesp