Lucro do Banco Real cresce 45%, para R$ 2,9 bilhões

09/01/2009

O Banco Real registrou crescimento de 45% no lucro líquido no ano passado, para R$ 2,9 bilhões. O resultado inclui eventos extraordinários, como a venda de participações na Serasa, Bovespa e BM&F e o impacto negativo da variação cambial sobre a estrutura de proteção ao capital, que resultaram em ganhos líquidos de aproximadamente R$ 300 milhões. Se descontados esses efeitos, o lucro do banco aumentou 30%, para R$ 2,7 bilhões.

O retorno sobre o patrimônio líquido médio subiu de 22,8% em 2006 para 27,1%. Levando em conta o lucro recorrente, a rentabilidade patrimonial ficou em 24,5%.

“O ano de 2007 foi muito bom, largamente influenciado pelo crescimento das operações de crédito”, afirma o presidente do Banco Real, Fabio Barbosa. A carteira de crédito subiu 33%, para R$ 66,1 bilhões.

O crescimento é resultado da estratégia do banco de diversificação da carteira. Segundo o executivo, no segmento de pessoa jurídica, o destaque ficou por conta dos empréstimos para pequenas e médias empresas, com crescimento de 44,9% (R$ 18 bilhões) e 43,8% (R$ 13,4 bilhões), respectivamente. A carteira de grandes empresas, ao contrário, recuou 30,6%. “Essas companhias foram buscar outras alternativas de financiamento, como o mercado de capitais”, destaca ele.

No crédito para pessoa física, o saldo atingiu R$ 28,9 bilhões, com alta de 33,2%. As operações de sua financeira Aymoré, que opera principalmente com veículos, aumentaram 37,8%, chegando a R$ 17,8 bilhões. Os financiamentos imobiliários cresceram 44,5%, para R$ 2,9 bilhões.

“Adotamos a estratégia de focar em operações com margens melhores como crédito ao consumo e para pequenas e médias empresas, mas o crescimento desses segmentos também tem a ver com a dinâmica do mercado. O financiamento está chegando às pequenas e médias empresas e aos indivíduos da baixa renda”, afirma. “E o banco está desempenhando seu papel de alavancador do crescimento econômico.”

No ano passado, a expansão do crédito e o aumento contínuo da base de clientes elevaram as receitas do banco em 24%, para R$ 16 bilhões. Com as operações de crédito, o Real faturou R$ 13,9 bilhões, 12% mais. A receita de prestação de serviços, formada por tarifas bancárias, corretagem de seguros, taxa de administração de recursos e cartões, cresceu 23%, para R$ 3,8 bilhões. Barbosa destaca que esse desempenho é fruto do aumento no volume de negócios e da base de clientes.

“A bancarização é uma realidade e isso significa mais arrecadação. Arrisco dizer que se há mais clientes, isto é um sinal de que os serviços estão mais acessíveis, mais baratos”, avalia.

Para 2008, a expectativa é de crescimento das receitas. Para a carteira de crédito, o executivo prevê expansão entre 20% e 25%, puxada por empréstimos para pequenas e médias empresas, consumo e financiamento imobiliário. Na sua avaliação, a receita com prestação de serviços também deverá continuar aumentando, apesar das mudanças na cobrança de tarifas pelo governo.

“Se a economia cresce, os bancos fazem mais negócios e ganham novos clientes. Mas, estamos, sim, apreensivos com a implementação das novas regras, até porque nem tudo está tão claro. Pode haver um impacto”, acrescenta.

O resultado de intermediação financeira do banco cresceu 24%, para R$ 12 bilhões. Após provisões, o resultado ficou em R$ 8,9 bilhões. Em 2007, o Banco Real adotou uma estratégia de forte expansão de sua rede de atendimento, com a abertura de 60 agências e postos de atendimentos e a intensificação do relacionamento com os clientes – a base de contas-correntes subiu de 3,4 milhões para 4 milhões no ano.

Barbosa ressalta, ainda, o aumento da participação do banco de investimento nos resultados do Real, especialmente nos mercados de emissão de dívida, empréstimos sindicalizados e fusões e aquisições. “Percentualmente, a fatia ainda é pequena, mas vem crescendo”, afirma, sem detalhar os números.

O crescimento dos negócios aliado a investimentos em infra-estrutura, melhoria de processos, capacitação de funcionários e ganhos de escala com a base maior de clientes resultaram em um índice de eficiência de 49,2% em 2007. Os ativos totais aumentaram 32%, para R$ 159,5 bilhões. O patrimônio líquido atingiu R$ 12,1 bilhões no fim de 2007, crescimento de 24% em um ano.

Fonte:
Gazeta Mercantil
Alessandra Bellotto