Lobão admite: Brasil pode importar etanol dos EUA

25/01/2010

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta segunda-feira que não gosta da ideia de o Brasil importar etanol dos Estados Unidos. No entanto, admitiu que a hipótese já é considerada pela pasta com o objetivo de suprir o mercado doméstico de combustível. As declarações foram feitas nesta tarde, quando Lobão chegou ao Ministério para presidir reunião do Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE).

"Não gostamos da ideia de importar etanol. Prefiro arrumar uma solução interna. Mas não está descartada a possibilidade", disse Lobão. Como tentativa de aumentar a oferta de etanol no mercado brasileiro, o governo já autorizou a redução de 25% para 20%, a partir de 1º de fevereiro, da adição de etanol à gasolina.

Para a eventual importação de etanol a partir dos EUA, o governo estuda a redução da alíquota alfandegária do produto, hoje em 20%. O objetivo principal da medida seria garantir o estoque de etanol para enfrentar a entressafra na produção de cana-de-açúcar.

Mesmo com a tarifa atual, economistas consideram que já vale à pena importar etanol dos EUA. O pedido para redução da tarifa de importação é antigo, mas ganhou força nas últimas semanas diante da redução da oferta do combustível.

A situação representa uma mudança no discurso de governo e usineiros adotado nos últimos anos. Ambos tentavam vender ao mundo o álcool de cana-de-açúcar brasileiro como uma das melhores alternativas energéticas do planeta. E também a ideia de que o país poderia suprir o mercado internacional.

Segundo uma fonte do segmento de distribuição de combustíveis, no Brasil só há estoque suficiente para abastecer o mercado até março ou abril. Já nos Estados Unidos, há excedente de oferta. Além disso, o milho, usado como matéria-prima para o etano americano, está com o preço em baixa.

Fonte:
veja.com
(Com Agência Estado)