Justiça européia confirma decisão contra Microsoft e multa de R$ 1,3 bi
09/01/2009
Luxemburgo, 17 set (EFE).- O Tribunal de Primeira Instância da União Européia (UE) respaldou hoje a maior parte da decisão da Comissão Européia (CE) de punir a Microsoft por abusar de sua posição de domínio e confirmou a histórica multa de € 497,2 milhões (R$ 1,3 bilhão) imposta ao gigante da informática.
A Corte deu razão ao executivo da UE, que em 2004 condenou a Microsoft por aproveitar-se do monopólio de seu sistema operacional Windows para expulsar do mercado outros concorrentes, e que, além disso, não forneceu as informações necessárias para fabricar produtos compatíveis com seu sistema.
A Microsoft afirmou que fará o necessário para cumprir a sentença. A empresa anunciou que vai “ler a decisão, depois pensar, e só então decidir os próximos passos”. Mas assegurou que é “extremamente importante” respeitar a legislação européia
REAÇÃO DA MICROSOFT
O Tribunal considerou ainda adequadas as sanções impostas por Bruxelas: obrigar a vender o Windows sem o reprodutor de mídias Media Player integrado e forçar a Microsoft a ceder a seus concorrentes certos protocolos para garantir que seus programas possam “dialogar” com seu sistema operacional.
O Tribunal presidido pelo magistrado dinamarquês Bo Vesterdorf anulou, no entanto, uma das medidas fixadas pela Comissão: a designação de um “árbitro” independente com capacidade para ter acesso a qualquer informação relevante da companhia, para supervisionar o cumprimento da decisão de Bruxelas.
Segundo a sentença, o executivo da UE foi “longe demais” com esta iniciativa.
O Tribunal acredita que a Comissão não tem autoridade para obrigar a Microsoft a dar tanto poder a um analista externo e também reprova a idéia de que a empresa tenha de ser responsável por todas as despesas associadas ao trabalho desse “árbitro”.
Quanto à multa, os juízes sentenciaram que Bruxelas não se equivocou ao avaliar a gravidade e duração da conduta anticompetitiva, por isso mantiveram a sanção de € 497,2 milhões, a mais alta imposta pela autoridade européia de concorrência.
A Microsoft tem um prazo de dois meses para recorrer da decisão no Tribunal de Justiça da UE.
Fonte:
EFE