Juros bancários de pessoas físicas são os mais altos em 17 meses

29/10/2013

O Banco Central informou nesta terça-feira que os juros bancários médios dos empréstimos para pessoas físicas subiram pelo quarto mês seguido em setembro e atingiram o maior patamar em 17 meses. No mês passado, a taxa média com recursos livres (que excluem habitação, BNDES e crédito rural) avançou 0,7 ponto percentual, para 37,2% ao ano, contra em 36,5% ao ano em agosto. É o maior patamar desde abril de 2012, quando estava em 39,4% ao ano.

No crédito direcionado, o custo médio do crédito subiu 0,1 ponto percentual no mês, atingindo 7%.

Nas operações destinadas a pessoas jurídicas, a taxa média de juros manteve-se estável em 14,7%, assinalando avanço de 0,2 p.p. em doze meses. No segmento livre, a taxa média registrou incrementos de 0,1 p.p. no mês e de 1,6 p.p. relativamente a setembro de 2012, situando-se em 20,7%, ao passo que nas operações com recursos direcionados, o custo médio manteve-se em 7,4%, com retração de 0,8 p.p. em doze meses.

O spread bancário referente às operações de crédito do sistema financeiro, consideradas as operações com recursos livres e direcionados, situou-se em 11,3 p.p., permanecendo estável no mês e recuando 1,3 p.p. em doze meses. Os spreads relativos aos créditos livres e direcionados corresponderam a 17,8 p.p. e a 2,4 p.p., respectivamente.

A inadimplência do sistema financeiro situou-se em 3,3%, após elevação de 0,1 p.p. no mês e recuo de 0,5 p.p. na comparação com setembro de 2012. No segmento de pessoas físicas, o indicador se manteve em 4,8%, o menor patamar da série histórica iniciada em março de 2011, registrando estabilidade no segmento livre e alta de 0,1 p.p. no indicador referente ao crédito direcionado. Nos créditos a pessoas jurídicas, a taxa de inadimplência permaneceu estável em 2%, registrando estabilidade nos indicadores referentes aos segmentos livre e direcionado. 

Considerando apenas o crédito com recursos livres, a inadimplência situou-se em 5,1%, refletindo taxas de 7% no crédito às famílias e 3,4% nos financiamentos às empresas, percentuais idênticos aos observados em agosto

O saldo das operações de crédito do sistema financeiro, considerados os recursos livres e direcionados, atingiu R$ 2.598 bilhões em setembro, após crescimentos de 0,8% no mês e de 15,7% em doze meses. A relação crédito/PIB se manteve em 55,5%, comparativamente a 51,9% em setembro de 2012. A elevação mensal resultou dos acréscimos respectivos de 0,9% e 0,6% nas carteiras de pessoas físicas e jurídicas, que somaram, na ordem, R$ 1.200 bilhões e R$ 1.398 bilhões.

O crescimento mensal refletiu a recuperação gradual da atividade econômica e sua moderação foi influenciada, em parte, pela greve bancária iniciada na segunda quinzena de setembro, com impacto mais significativo sobre as concessões de financiamentos para pessoas físicas. Ao contrário do observado na comparação interanual, a expansão mensal foi mais acentuada no crédito livre, 0,9%, do que nas operações com recursos direcionados, que cresceram 0,6%.

As concessões de crédito com recursos livres e direcionados recuaram 0,8% no mês, totalizando R$298 bilhões em setembro. A restrição parcial do acesso aos serviços bancários contribuiu para a queda de 3% nos empréstimos às famílias, com ênfase para as reduções das modalidades de crédito pessoal consignado, 16%, aquisição de veículos, 8,1%, financiamentos imobiliários, 9,5% e crédito rural, 7%. O fluxo de contratações das pessoas jurídicas, por sua vez, cresceu 1,5% no mês, ao atingir R$151 bilhões, destacando-se as elevações em capital de giro, 1,6%, desconto de duplicatas, 8,7% e crédito rural, 12,5%.

 

Fonte:
Jornal do Brasil