Juros americanos derrubam a Bovespa e fazem dólar subir
09/01/2009
A Bolsa de Valores de São Paulo opera em queda acentuada e o dólar em forte alta nesta quinta-feira, repercutindo preocupações com a economia dos Estados Unidos. Às 14h, a Bovespa caía 3,94%, aos 29.409 pontos. No mesmo horário, a moeda norte-americana subia 1,12%, a R$ 2,258.
Segundo analistas, as especulações sobre a possibilidade de um aumento mais forte nos juros dos Estados Unidos voltaram a dominar as atenções nos mercados. A preocupação aumentou com o avanço dos juros pagos pelos treasuries –títulos de dez anos da dívida norte-americana–, que estão perto dos 4,5%.
A taxa básica dos Estados Unidos vem subindo gradualmente e está em 3,75% ao ano.
Na quarta-feira, enquanto os pregões brasileiros estiveram fechados, houve piora generalizada nos mercados globais, notadamente os emergentes, devido a um discurso do presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, que reforçou preocupações com a inflação. O assunto já havia sido tratado na minuta da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), divulgada na terça-feira. Ambos os fatores acabaram configurando uma piora das percepções em relação à taxa básica de juro dos EUA.
Juros maiores nos EUA tendem a levar os investidores internacionais a rever a predisposição a ativos de risco, e, eventualmente, reduzir a alocação de recursos em países de economia emergente. Assim como a bolsa paulista, também recuam os títulos da dívida brasileira, e o dólar avança, em movimento alinhado ao risco-país, tendo em vista a perspectiva de saída de recursos do Brasil.
O risco-país brasileiro subia 0,25% às 14h, para 388 pontos. Nem mesmo a melhora no “rating” (nota de risco) do Brasil anunciada ontem pela Moody’s. Durante a manha o risco-país chegou a subir ainda mais.
A agência elevou a nota do Brasil de B1 para Ba3, o que deixa o Brasil três níveis abaixo do chamado “grau de investimento”, classificação de papéis considerados pela comunidade internacional como “investimento prudente”.
Na terça-feira, a Fitch havia anunciado que melhorou a perspectiva da nota dada à dívida soberana do Brasil, que foi de estável para positiva.
Fonte:
Uol Economia
13/10/2005