Juro alto faz bancos lucrarem mais que outras empresas em 2005

09/01/2009

SÃO PAULO – Apesar da desaceleração do crescimento da economia registrada em 2005, as principais empresas brasileiras mostraram, em média, um aumento nos lucros no ano passado. Considerando um total de 88 empresas listadas na Bovespa e que foram analisadas pela InfoMoney, o lucro acumulado em 2005 foi de R$ 91 bilhões, 31% acima do apurado no ano anterior.

O desempenho, porém, variou bastante entre os diversos setores da economia. Se, por um lado, as elevadas taxas de juros contribuíram para a desaceleração do crescimento econômico, acabaram favorecendo o desempenho das instituições financeiras, que mostraram forte aumento de lucros. Por sua vez, setores como petroquímico e de papel e celulose registraram lucros menores.

Lucros dos bancos cresceram mais
O lucro líquido acumulado pelas seis principais instituições financeiras de capital aberto atingiu R$ 17,77 bilhões em 2006, um forte crescimento de 52% em relação ao ano anterior. O maior avanço foi registrado no lucro da Nossa Caixa (+113%), seguido por Bradesco (80%) e pela seguradora Porto Seguro (+57%).

Em termos absolutos, o Bradesco registrou ganho líquido de R$ 5,51 bilhões, o terceiro maior entre todas as empresas listadas na Bovespa, somente atrás da Petrobrás e da Vale do Rio Doce. O Itaú ficou pouco atrás, com lucro de R$ 5,25 bilhões, seguido pelo Banco do Brasil (R$ 4,15 bilhões).

Setores em linha com a economia
Já no setor elétrico, o lucro acumulado pelas 12 principais empresas cresceu 39% frente a 2005, enquanto os ganhos acumulados pelas 13 empresas mais significativas de capital aberto que atuam no setor de telecomunicações aumentaram 33%.

Também próximo ao crescimento de 31% do lucro médio das 88 empresas analisadas, o segmento de mineração e siderurgia registrou um aumento de 34% nos ganhos no ano passado. Destaque para as mineradoras, como Caemi (190%) e Vale do Rio Doce (62%), ambas beneficiadas pelo forte aumento nos preços internacionais do minério de ferro.

Varejo e bens de consumo crescem menos
Já o segmento de varejo e bens de consumo, que inclui as principais varejistas brasileiras, além de empresas de destaque nos setores de alimentos, fumo, cosméticos, calçados e têxtil, registrou lucros, em média, 20% acima do registrado em 2005.

O lucro mais elevado foi registrado pela AmBev (R$ 1,54 bilhão), seguido por Souza Cruz (R$ 693 milhões) e Sadia (R$ 657 milhões). Em termos de crescimento, o melhor desempenho ficou com a varejista online Submarino, cujo lucro líquido cresceu 370% frente a 2005. Destaque também para Lojas Americanas (+179%), Alpargatas (+73%) e Lojas Renner (+53%).

Fraco desempenho em petroquímico e papel e celulose
Dentre os principais setores da economia, certamente 2005 não será um ano a ser lembrado para os segmentos petroquímico e de papel e celulose. A valorização do real e o comportamento dos preços internacionais contribuíram para que o lucro médio das empresas de papel e celulose caísse 26% em 2006 frente ao ano anterior.

Já o elevado patamar dos preços do petróleo e seu impacto sobre os custos de suas matérias-primas acabaram prejudicando as empresas do setor petroquímico, que viram seu lucro médio cair 19% em 2006. Das 11 empresas analisadas, apenas duas registraram lucros maiores no ano passado do que em 2005, ainda sim com crescimento inferior a 5%.

Fonte:
InfoPessoal