JP Morgan aumenta recomendação do Brasil
09/01/2009
São Paulo, 9 de Agosto de 2004 – Acreditando que o cenário externo é agora mais favorável ao Brasil e aos países emergentes em geral, o banco norte-americano JP Morgan elevou nesta sexta-feira a recomendação dos bônus da dívida brasileira e da Turquia.
Nem os recordes sucessivos do petróleo, nem as denúncias contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, pesaram negativamente na avaliação do banco para elevar o Brasil a “marketweight”.
Em maio, o JP Morgan havia rebaixado o peso do Brasil na sua carteira modelo de investimentos para “underweight” por causa dos riscos de juros mais elevados nos Estados Unidos.
No relatório divulgado esta manhã, logo após o anúncio de dados sobre geração de empregos nos EUA, o banco afirmou que tem menos certezas sobre o impacto negativo dos mercados internacionais sobre países emergentes.
“Os dados mais fracos de emprego nos EUA sugerem que o cenário externo não é tão negativo e é mais incerto do que imaginamos inicialmente, então, já não achamos que o ”underweight” para o mercado em geral se justifique”, afirmou o JP Morgan em nota.
A geração de 32 mil vagas em julho no mercado norte-americano ficou bem abaixo da expectativa de Wall Street. As bolsas dos EUA reagiram negativamente aos novos dados, caindo mais de 1%, mas desaceleraram a queda depois.
A Bovespa teve uma resposta positiva, já que o entendimento geral do mercado é de que, com a economia norte-americana menos aquecida, o Federal Reserve teria menos razões para elevar os juros agressivamente.
O JP Morgan não cita em sua nota, no entanto, os juros norte-americanos ou mesmo as altas do preço do petróleo, que têm afetado as bolsas de valores no mundo todo. Segundo uma fonte do banco, a cotação maior do petróleo não prejudica a balança comercial brasileira e mesmo o risco de aumento do juro doméstico, em resposta a um eventual repique da inflação, não altera os fundamentos da economia do país, que são positivos.
No relatório, o banco não faz também qualquer menção à crise política no Brasil. “Mas o que está subentendido é que essa é outra coisa que não vai tirar a economia dos eixos”, disse a fonte.
Para o banco, os fundamentos e a capacidade de pagamento do Brasil continuam “construtivos”.
Gazeta Mercantil 9/8/2004
(Reuters)