Italianos precisam ver Brasil como destinatário de seus produtos e investimentos

09/01/2009

Flávia Albuquerque
Agência Brasil

São Paulo – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou hoje (29) esperar que a missão italiana ao Brasil seja cristalizadora do redescobrimento do país pela Itália. Em discurso no Fórum Empresarial Brasil-Itália, o ministro disse que os italianos precisam ver o Brasil como destinatário de seus produtos e investimentos.

Participam do fórum empresários e representantes do governo da Itália. O evento, que termina amanhã (30), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), tem 80 mesas para a rodada de negócios. Estão previstos 1.570 encontros entre empresários dos dois países.

Furlan destacou a alta competitividade brasileira em diversos setores, como o de cosméticos. Segundo ele, o Brasil é hoje o sexto maior mercado mundial de cosméticos, tendo ultrapassado recentemente a Itália, com crescimento de 20% ao ano comparado às exportações italianas que estão num nível de 2% a 3%. “A combinação das marcas, dos canais de distribuição e da tecnologia italiana com o empreendedorismo brasileiro, as matérias-primas e a biodiversidade única da Amazônia podem fazer com que ressurja com muito vigor esse setor na Itália”.

O ministro falou também da capacidade do país no setor de alta tecnologia, como na área de automação bancária, de sistemas para recolhimento de impostos, eleições eletrônicas, software para pequenas empresas e biotecnologia. De acordo com Furlan, o Brasil é um dos três países que dominam a técnica de decodificação do genoma, contribuindo para melhorias na agricultura e no meio ambiente.

“Graças ao programa Computador para Todos, lançado recentemente pelo presidente Lula, as vendas de processadores das principais empresas que atuam no Brasil cresceram 40% no ano passado”, lembrou o ministro.

Furlan sugeriu uma parceria no setor de jóias entre os dois países por conta da grande produção e exportação de pedras preciosas e semi-preciosas do Brasil, e do domínio da Itália no design de peças. Ele citou ainda a existência de escolas especializadas em design e técnicas de joalheria no país. “A Itália é o país mais conhecido no mundo pelo seu design e pela qualidade da sua joalheria. Uma parceria nesse setor conquistaria o mundo”, afirmou.

O ministro ressaltou também que as relações comerciais entre Brasil e Itália crescem anualmente, em média, 10%, valor que corresponde à metade da média do crescimento das exportações brasileiras nos últimos anos (20%). Segundo Furlan, a Itália, que foi o sétimo maior parceiro comercial do Brasil em 2003, no ano passado, foi o décimo parceiro, porque outros países cresceram em velocidade maior. “Isso não é uma crítica, é um estímulo do espaço que existe para podermos explorar. Há mensalmente duas missões comerciais brasileiras ou italianas que visitam os dois países. Precisamos tornar o resultado concreto dessas missões em negócios consistentes”, disse.

Fonte:
Radiobras
29/03/2006