Itália quer que Brasil baixe para 15% sua tarifa de importação de bens industriais
09/01/2009
O vice-ministro da atividade produtiva da Itália, Adolfo Urso, disse nesta segunda-feira, 27, que o comércio entre Brasil e Itália deve aumentar em muito a partir do Fórum Empresarial Brasil-Itália. Mas ressaltou que somente a melhora da proposta brasileira de redução de suas tarifas industriais, negociada multilateralmente no âmbito da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), pode promover um crescimento substancial na exportação e importação.
“Acreditamos que o Brasil pode manter em 15%, na média, sua tarifa de importação de produtos manufaturados consolidada na OMC”, afirmou o vice-ministro logo após desembarcar em São Paulo, de onde já partiu para Belo Horizonte (MG). Ele integra a comitiva de políticos e empresários que chegam ao País para participar do Fórum que a Fiesp promoverá em parceria com a Confindustria (Confederação da Indústria Italiana) a partir de quarta-feira, 29.
Segundo Urso, a União Européia, em especial o país que representa, sabe da necessidade de facilitar a entrada de bens agrícolas, e está disposta a fazê-lo. No entanto, manteve como condição para o aumento do acesso a seu mercado a melhoria da oferta brasileira na área que interessa aos europeus (industrializados).
O ministro defendeu ainda que a liberalização do mercado de bens manufaturados de países como Brasil, Índia e China seja maior do que a de países de menor desenvolvimento relativo (os chamados LCDs).
Embora as negociações da Rodada Doha estejam travadas, ele acredita que será possível concluí-la até o final deste ano. Mais: Mercosul e União Européia devem continuar negociando a formação de um acordo de livre-comércio entre os dois blocos. “Precisamos chegar a essa conclusão antes que os países da América formem a Alca (Área de Livre Comércio das Américas)”, disse.
Com o Fórum Empresarial Brasil-Itália, Urso está confiante no aumento da cooperação bilateral e na entrada de investimentos de pequenas e médias empresas italianas por aqui.
Fonte:
Fernanda Cunha – Agência Indusnet Fiesp