Itália planeja montar um distrito industrial com o Brasil
09/01/2009
Meta é ampliar fluxo comercial, que hoje é de US$ 4 bilhões
A Itália quer aumentar o fluxo de comércio com o Brasil e, para alcançar esse objetivo, planeja até formar um distrito industrial ítalo-brasileiro.
Com essa finalidade, o governo italiano deve assinar, em novembro, protocolo de cooperação com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O objetivo do acordo é atrair o maior número de pequenas e médias empresas brasileiras para impulsionar as trocas comerciais entre os dois países, que atualmente soman US$ 4 bilhões.
Os produtos brasileiros que mais interessam aos italianos são as matérias-primas, açúcar, álcool, alimentos em geral, energia renovável e meio ambiente, segmento têxtil, eletromecânico, produtos agrícolas, aço e móveis.
Embora bilionário, o fluxo comercial entre os dois países é considerado insuficiente por italianos e brasileiros. O Brasil é o sétimo destino mais importante dos 80 países com os quais a Itália mantém intercâmbio comercial. “O acordo irá pensar nas alternativas de aproximação de negócios”, disse Paulo Skaf, presidente da Fiesp. O protocolo é o rersultado do encontro do ministro do Comércio Exterior da Itália, Adolfo Urso, com Skaf.
O ministro afirmou ontem que a formalização do protocolo pode gerar mais negócios que o nível atual entre os dois países.: “Ese projeto contribuirá para a formação de novas parcerias, convênios e de um distrito industrial ítalo-brasileiro, composto por pequenas e médias indústrias”.
Adolfo Urso afirmou que São Paulo é a capital industrial da América Latina em parte graças às indústrias italianas instaladas na cidade. “Existem mais italianos em São Paulo do que em Roma”, afirmou.
Apoio ao acordo dos blocos
O ministro lembrou do seu encontro com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, em Frankfurt, Alemanha, quando conversaram sobre a negociação Mercosul-União Européia. “A Itália é totalmente favorável ao acordo, mas está ciente de seus problemas. Agora, é necessário que as partes dêem passos mais significativos, pois os textos por parte do Brasil, e também da Europa ainda não estão completos e satisfatórios!, disse Urso.
Exportações de US$ 2,2 bi
Em 2003, as exportações brasileiras para o mercado italiano totalizaram cerca de US$ 2,2 bilhões, enquanto os produtos italianos que chegaram ao Brasil somaram US$ 1,75 bilhão. Neste ano, de janeiro a junho, o total exportado pelas empresas brasileiras para a Itália alcançou US$ 1,5 bilhão e as importações somaram U$ 923 milhões. Assim, a balança manteve-se deficitária para os italianos. Os principais produtos negociados entre os dois países são minérios de ferro, couro, café, bagaço de óleo de soja e maquinário elétrico/industrial.
DCI
15/10/2004