Itália paga juro recorde de quase 8% para vender dívida

Custos de financiamento de Itália aumentaram dramaticamente em três leilões realizados esta manhã.

Itália angariou hoje 7,5 mil milhões de euros em três leilões de dívida, quando o montante indicativo oscilava entre cinco e oito mil milhões de euros.

Na emissão com maturidade em 2014, Roma colocou 3,5 mil milhões de euros, mas para isso teve de abrir os cordões à bolsa, tendo pago uma taxa média ponderada de 7,89%, um máximo de 1997. Há um mês, Itália pagou apenas 4,93% numa operação com características semelhantes.

Itália levantou outros 2,5 mil milhões de euros num leilão com prazo em 2022. Neste caso, o preço subiu até aos 7,56%, um valor que compara com os 6,06% registados no mês passado.

O Estado italiano realizou ainda uma terceira emissão, na qual arrecadou 1,5 mil milhões de euros. Para convencer os investidores a absorver esta dívida, o país liderado por Mario Monti pagou uma taxa média ponderada de 7,28%.

"Todas as três linhas foram cobertas decentemente a níveis recorde. Itália está a pagar um preço considerável pela sua dívida e os leilões de hoje confirmam a recente tendência. Se quisermos olhar para lado mais positivo, o Tesouro italiano conseguiu alocar uma grande parte da sua dívida", comenta Annalisa Piazza, economista da Newedge Strategy, à Reuters

Antes dos leilões, a 'yield' das obrigações italianas a 10 anos subiu até aos 7,383%, um máximo desde a criação do euro, estando agora a cotar nos 7,326%.

Apesar dos juros recorde pagos por Itália, o euro segue a subir 0,56% para 1,3394 dólares. Os investidores ficaram satisfeitos com o facto de o Tesouro italiano ter conseguido angariar quase o montante máximo previsto.

Fonte:
Económico