Itália: G7 discute protecionismo e resposta comum à crise

13/02/2009

MILÃO, Itália (AFP) — Os debates dos ministros das Finanças do G7 (Grupo dos sete países mais industrializados do mundo) sexta-feira e sábado em Roma serão dominados pelas ameaças protecionistas e a necessidade de criar normas comuns para enfrentar a crise, indicou nesta quinta-feira o ministério das Finanças italiano em seu site.

"A reunião dos ministros e banqueiros do grupo (Alemanha, Canadá, EUA, Grã-Bretanha, Itália e Japão), para a qual também é convidada a Rússia, discutirá principalmente as ações necessárias à estabilização da economia global", indicou o ministério.

"A elaboração das regras comuns e a luta contra as decisões protecionistas, que tendem a ser mais fortes em períodos de condições econômicas difíceis, são as linhas gerais do programa de trabalho da presidência italiana", acrescentou.

O G7 promete trabalhar contra as tentações protecionistas, principalmente quando os EUA, num primeiro esboço do plano de retomada econômica, incluíram uma cláusula chamada "Buy American" (compre produtos americanos), que foi muito mal recebida pelos parceiros comerciais e depois flexibilizada. A polêmica vem aumentando também na Europa sobre as ajudas da França ao setor automobilístico. Japão e a Alemanha insistem particularmente neste ponto.

"A atual crise financeira e econômica é sem precedente. O G7/G8 tem hoje, ainda mais do que no passado, a responsabilidade de promover em nível global a adoção de reformas e de medidas adequadas de política econômica", disse o ministério italiano.

O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, vai convidar seus colegas a adotarem medidas audaciosas contra a crise, indicou na quarta-feira um de seus colaboradores em Washington.

No encontro, as autoridades abordarão também o tema, da regulação e da melhora da transparência dos mercados financeiros.

A Itália proporá a seus convidados a adoção de um conjunto mínimo de regras sobre a propriedade das atividades internacionais (das empresas) e sobre a transparência, que a comunidade internacional inteira deve se comprometer a adotar. Estas novas normas teriam como alvo os paraísos fiscais e os fundos especulativos.

O grupo dos sete discutirá ainda o reforço da cooperação entre as autoridades de vigilância e de regulamentação dos mercados e sobre a reforma das instituições financeira internacionais.

Como os países pobres estão sofrendo cada vez mais com a crise e precisam de mais ajuda, o G7 discutirá também a crise alimentar.

Fonte:
AFP