Ipea prevê crescimento de 3,4% para o PIB em 2006

09/01/2009

Instituto ligado a Ministério do Planejamento ressalta recuperação da economia no fim de 2005, mas pede mais investimento e produtividade

EXAME

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, estimou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 3,4% em 2006. De acordo com boletim do instituto, o Brasil teria no triênio 2004-2006 a maior média trienal de expansão dos últimos dez anos se confirmada a previsão para este ano.

Para o Ipea, os três últimos meses de 2005 mostraram recuperação da economia, junto com os indicadores positivos do início de 2006 e “os números de inflação relativamente favoráveis registrados nas últimas semanas”. Mas taxas mais ambiciosas de crescimento, entre 4% e 5% ao ano, só seriam alcançadas por meio do aumento do investimento. Segundo o instituto, as condições para isso devem se apresentar nos próximos anos, com a manutenção da atual política econômica e a queda das taxas de juros reais.

Um obstáculo a essa tendência é o aumento dos gastos primários federais, que cresceram 7,8% em 2004 e 8,8% em média, já descontadas as transferências a estados e municípios. O Ipea afirma que as despesas do governo vêm restringindo o investimento em áreas importantes. “Reformas que abram espaço para o aumento da poupança do governo, limitando o crescimento da despesa corrente, deveriam figurar entre as prioridades da agenda legislativa do período 2007-2010”, diz o boletim.

Outro ponto destacado como necessário pelo instituto é o aumento da produtividade. “Constata-se que a produtividade por pessoa ocupada – resultante da comparação do PIB excluindo o setor agropecuário com a do emprego total – que tinha aumentado fortemente nos primeiros anos após o início da abertura [da economia brasileira] em 1991, a rigor tem diminuído recentemente”, afirma o Ipea. O órgão lembra ainda que temas como melhor qualificação da mão de obra, avanço educacional e uma nova rodada de abertura da economia deveriam ser discutidos, principalmente em ano de eleições.

Fonte:
Exame