Intenção de consumo das famílias cai 11,9% em março, aponta CNC
19/03/2015
A intenção de consumo das famílias (ICF) caiu 11,9% em março, em relação ao mesmo mês em 2014, e 6,1%, na comparação com fevereiro. O resultado da pesquisa, que atingiu o menor nível da série histórica – iniciada em janeiro de 2010 – foi divulgado nesta quinta-feira (19) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
“Não tem muita diferença do mês passado e do ano passado. São os mesmos fatores que estão influenciando [esse resultado]. Taxa de juros que subiu 52,62% [taxa anual registrada em janeiro]. E esse mês o que mais pressionou foi o transporte, com o aumento da gasolina”, explicou Juliana Serapio, economista da CNC.
“E agora a gente ainda tem como complicador a alta do dólar”, enfatizou a economista. De acordo com Serapio, por causa do aumento do preço da moeda, “é possível que seja ainda pior [o próximo mês]”.
A entidade analisou que cinco dos seis itens da pesquisa – emprego atual, renda atual, compra a prazo, nível de consumo atual, perspectiva de consumo e momento para duráveis – atingiram o menor patamar da série histórica.
“Acho que é importante dar olhada no emprego, que era o único fator que estava positivo. E a gente está vendo dados do Caged muito fracos. Antes estava dando algum suporte, e agora está mais enfraquecido. As pessoas ficam com mais receio de gastar, não sabem a segurança do emprego e renda”, ressaltou Juliana Serapio.
“O único item que não atingiu a mínima refere-se à perspectiva profissional”, informou, em nota. Contudo, a perspectiva apresentou um recuo de 3,7% em relação ao mês anterior e 6,3%, na comparação com o ano passado.
Apesar dos resultados negativo, segundo a CNC, o indicador que mede a intenção de consumo das famílias brasileiros está em 110,6 pontos e permanece ainda acima da zona de indiferença – 100 pontos – “indicando um nível ainda favorável”.
Os itens “consumo atual” e “momento para duráveis”, no entanto, estão abaixa zona da indiferença, com 86,4 e 92,1 pontos, concomitantemente. Na comparação mensal, eles apresentaram queda de 10,8% e 7,8%, respectivamente.
Fonte:
G1