Inflação para população idosa é maior que índice geral

09/01/2009

SÃO PAULO – A inflação específica para a população idosa começa a registrar altas mais intensas que a taxa geral apurada no País, segundo aponta o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3I), divulgado nesta sexta-feira (8) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Referente ao segundo trimestre do ano, o indicador registra inflação de 1,83% entre os meses de abril e junho, ao passo que o IPC-BR, índice nacional também calculado pela FGV, revela alta de preços da ordem de 1,62%. Considerando apenas o mês de junho, houve estabilidade para o caso dos idosos, e deflação de 0,5% na média brasileira.

Esta pequena disparidade, contudo, não se repete no resultado acumulado do ano, uma vez que no primeiro trimestre o índice da terceira idade havia subido 1,79%, enquanto o geral tinha apresentado variação positiva de 2,0%. Desta forma, nos seis meses iniciais de 2005 os dois indicadores protagonizam o mesmo aumento de 3,62%.

Vale dizer que, nos últimos 12 meses, a somatória do IPC-BR revela alta mais intensa que a inflação medida pelo IPC-3I, de 6,25%, contra 6,16%.

Habitação e Saúde explicam alta
A maior contribuição para a inflação da terceira idade apurada entre abril e junho veio do grupo Habitação, responsável por 36,6% da alta de preços do período, sobretudo pelo encarecimento verificado nos gastos com empregados domésticos e com contas de luz.

No segundo lugar entre as maiores pressões inflacionárias para os idosos aparecem as despesas com Saúde de Cuidados Pessoais, principalmente devido aos recentes reajustes autorizados para os preços dos remédios e dos planos de saúde. Em função dos cuidados especiais requeridos pela população idosa, esta classe apresenta o comportamento mais diferenciado entre o IPC-3I e o IPC-BR, com peso de 15,05% na composição do primeiro índice, e de apenas 10,05% no segundo indicador.

O grupo formado por gastos com alimentação configura-se como a terceira maior contribuição para a inflação da terceira idade medida entre abril e junho, com 22,95% do índice total. Neste caso, as altas de preços dos laticínios e das hortaliças e legumes justificam a pressão.

Info Money
Eduardo Barros
8/7/2005