Indústria tem desaceleração generalizada no 1º trimestre
09/01/2009
Os dados do primeiro trimestre da indústria regional mostram que há desaceleração generalizada: a produção do setor perdeu ritmo em 11 das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com André Macedo, economista do IBGE, a desaceleração é liderada por indústrias de bens de capital, mesma categoria de uso que teve o pior desempenho na média nacional. Com a fraca produção de máquinas e equipamentos agrícolas e da agroindústria em razão da quebra de safra, o Rio Grande do Sul foi a única região com taxa negativa no primeiro trimestre de 2005: 3,7%.
Por outro lado, as indústrias de bens duráveis, ainda beneficiadas pelo crédito farto e pelo incremento das exportações, puxaram para cima o desempenho das regiões que tiveram desempenho positivo, diz Macedo.
Só avançaram do último trimestre de 2004 para o primeiro deste ano as indústrias do Amazonas (11,6% para 14,2%), Minas Gerais (5,4% para 7%) e Pernambuco (1,8% para 3,3%).
No Amazonas, o destaque foi a indústria eletroeletrônica, especialmente por causa da produção de televisores e celulares. Em Minas, ficou com a produção de veículos. O setor automobilístico também impulsionou o desempenho em São Paulo.
A indústria paulista cresceu 5,2% no primeiro trimestre de 2005, menos do que os 8,8% do quarto trimestre de 2004. O resultado, no entanto, é melhor do que a média nacional -alta de 3,9%.
No Rio, a produção da indústria também desacelerou, ao passar de 2,9% no último trimestre de 2004 para 1% de janeiro a março deste ano.
O IBGE diz que, apesar de os indicadores não serem ajustados sazonalmente, é válida a comparação com o último trimestre de 2004. Macedo afirmou, porém, que “o padrão de dinamismo” dos dois períodos é diferente e que isso deve ser considerado na análise dos indicadores.
Embora a maior parte das regiões tenha registrado taxas positivas em março, também houve desaceleração na comparação com o mesmo mês de 2004. Em março, a produção caiu em quatro dos 14 locais que fazem parte da pesquisa.
Folha de S.Paolo
(PEDRO SOARES)