Indústria: melhor resultado em 18 anos

09/01/2009

RIO – Após crescer 1,6% em 2001, 2,7% em 2002 e 0,1% em 2003, o setor industrial reagiu em 2004 e avançou 8,3%. Foi a melhor taxa desde 1986, informou nesta quinta- feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é superior aos 7,6% de 1994, ano de implantação do Plano Real. O resultado veio dentro das expectativas.

O crescimento da indústria em 2004 foi generalizado, com 26 dos 27 segmentos pesquisados em expansão. O coordenador de indústria do IBGE, Silvio Sales, explicou que a expansão foi liderada pelos segmentos de bens de capital (investimentos feitos na ampliação da capacidade produtiva, como em máquinas e equipamentos) e de bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos), setor que foi favorecido pela melhora das condições de crédito e pela maior estabilidade no mercado de trabalho.

O segmento de bens de consumo semiduráveis e não duráveis ficou com taxa de 4,0%, revertendo o comportamento de queda observado em 2003 (-3,9%) e atingindo sua melhor marca desde 1996.

Sales lembra que os bens não duráveis são mais dependentes do consumo doméstico e do desempenho da massa salarial, ou seja, da renda dos trabalhadores. Em dezembro, a produção de bens de consumo não duráveis cresceu 3,4% em relação a novembro, na série com ajuste sazonal, no melhor desempenho nesse tipo de comparação desde setembro de 2003.

– Esse é um sinal de um possível novo padrão de crescimento na produção industrial e é consistente com outros indicadores da economia, como as vendas do comércio varejista e o desempenho da massa salarial – diz.

A maior taxa de crescimento em 2004, entrentanto, foi a de bens de consumo duráveis (21,8%), com destaque para os segmentos de automóveis (27,6%), celulares (31,2%) e eletrodomésticos (18,7%). A melhora nas condições de crédito e uma maior estabilidade no mercado de trabalho também explicam o aumento das vendas domésticas de bens duráveis. Outro fator que contribuiu para a alta da produção do setor foi o aumento das exportações, particularmente no setor automobilístico.

Dentro de bens de capital, os destaques foram a produção de máquinas e equipamentos para construção (38,0%), máquinas e equipamentos para transporte (25,6%), bens de capital para fins industriais (16,1%) e bens de capital de uso misto (14,8%).

Em dezembro, a produção da indústria teve alta de 0,6% na comparação com novembro. Quando se compara a produção com dezembro de 2003, o avanço foi de 8,3%, a mesma variação registrada em todo o ano. Ainda na comparação com o mesmo mês de 2003, o crescimento foi mais intenso que o registrado em novembro (7,8%) e outubro (3,3%).

Globo Online
11/2/2005