Indústria bate recorde de emprego, vendas e capacidade em junho
09/01/2009
A indústria brasileira bateu recordes de vendas, número de empregos e uso da capacidade instalada no mês de junho. Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), os dados confirmam a trajetória de crescimento do setor, que no último trimestre voltou aos níveis registrados no início do Plano Real e no período anterior ao racionamento de energia de 2001.
Em relação ao emprego, houve um crescimento de 0,65% entre maio e junho, a maior variação já registrada nesse tipo de comparação desde o início da pesquisa da CNI, em 1992. No acumulado do ano, o crescimento foi de 1,15%, resultado de seis meses seguidos de resultados positivos. Na comparação com junho de 2003, o aumento foi de 2,83%. “Desde 2001 não se observa um início de ano tão promissor para o mercado de trabalho”, diz o boletim divulgado hoje pela CNI.
Também houve crescimento pelo sexto mês consecutivo nas horas trabalhadas em relação ao mês anterior, de 2,72%. A massa real de salários cresceu 1,06% na comparação com o mês anterior, o quinto resultado positivo consecutivo. “O contingente de trabalhadores na indústria está crescendo a três trimestres consecutivos e, mais do que isso, o ritmo de crescimento do emprego industrial está se acentuando”, diz a CNI.
Outro recorde verificado foi o uso da capacidade instalada, que alcançou a marca histórica de 83%, quatro pontos percentuais acima do verificado no mesmo período do ano passado. Em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o percentual chegou a 86,2%. São Paulo registrou 84,1%. Nos últimos 12 meses, com exceção da Bahia, todos os Estados pesquisados apresentaram aumento da utilização da capacidade instalada, com destaque para as indústrias do Amazonas, Rio e São Paulo.
Vendas
As vendas reais (descontada a inflação) do setor tiveram um aumento de 16,79% no acumulado do primeiro semestre do ano. Somente nos últimos três meses, houve um crescimento de 6% em relação ao trimestre anterior. Em junho, o resultado registrado foi o melhor desde maio de 1995, com um crescimento de 27,7% na comparação com o igual mês do ano anterior. “Há um ano os indicadores industriais mantêm-se em trajetória de crescimento, que pode ser muito acentuada, como no caso das vendas reais, ou moderadamente forte, como pode ser percebido nas variáveis ligadas diretamente à produção e ao mercado de trabalho”, diz o boletim da CNI.
EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília
4/8/2004