Indústria amplia a capacidade ociosa

09/11/2011

Sob ataque de juros altos e câmbio forte, setor desacelera. Freitas pede ousadia a BC

Em setembro, o uso da capacidade da indústria caiu para 81,6%, queda de 0,4% em relação a setembro de 2010. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), houve baixa também ante agosto: cerca de 2%.

Naquele mês, o uso da capacidade instalada estava em 82,1%. Já o desemprego cresceu do setor cresceu 0,3% em comparação com agosto, enquanto as horas trabalhadas tiveram queda de 1,3%.

Ainda segundo a CNI, todos os indicadores industriais dessazonalizados registraram queda em setembro na comparação com agosto, exceto as vendas reais. O emprego, porém ainda cresce 1,1% em base anual.

Para o economista Carlos Thadeu de Freitas, consultor da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o governo precisa repensar sua estratégia para a economia, já que a desaceleração não interessa mais ao país, em virtude da mudança no cenário externo.

"O Banco Central está sendo ousado e vem baixando os juros. Precisa seguir nesse caminho", recomenda.

Já o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi) destaca que a crise na indústria brasileira não se restringe ao setor automotivo, que vem acumulando estoques e inclusive deu férias coletivas para os funcionários. "A retração de 2% da produção da indústria geral em setembro com relação a agosto – com ajuste sazonal – refletiu a queda das atividades industriais nos estados de São Paulo (4,2%), Rio de Janeiro (3%) e Minas Gerais (2,7%). Há um bom tempo, vínhamos chamando a atenção para a fraca evolução da produção industrial no Sudeste do país – uma preocupação evidente, pois mais de 60% de toda atividade industrial se concentra nesses três estados", enfatiza o Iedi.

Fonte:
Monitor Mercantil
Rogério Lessa