Imprensa italiana manifesta apoio a Bento XVI

09/01/2009

ROMA (AFP) — Todos os grandes jornais italianos desta quarta-feira condenaram firmemente os protestos de professores e estudantes que haviam provocado, na véspera, o cancelamento de uma visita do pontífice à Universidade La Sapienza, de Roma.

O cancelamento da visita do papa, seria a vitória de “uma caricatura do laicismo (…), um laicismo radicalizante, sempre pronto a ser anticlerical, que quer unicamente ouvir suas próprias razões”, escreveu o Corriere della Sera, jornal de maior tiragem da Itália.

“Até ontem, a Itália era um país tolerante, onde a forte marca religiosa, cultural, social e política do catolicismo coabitava com culturas e credos diferentes, garantidos pela autonomia do Estado republicano”, escreveu na primeira página Enzo Mauro, diretor do principal jornal de esquerda, o La Repubblica.

“Mas alguma coisa se rompeu, dramaticamente, sob os olhos do mundo (…) O papa, que é também o bispo de Roma, não pôde discursar na universidade de sua cidade, nesta Itália medíocre de 2008”, continuou Mauro, que fala de “um dia que ficará marcado na memória”.

“É uma dura prova para o laicismo na Itália”, escreveu o jornal La Stampa, que chama “as vozes do laicismo a se levantarem com clareza contra os contestadores” da universidade romana.

“Pobre Igreja, pobre Itália”, trazia o jornal de centro-direita Il Giornale, propriedade da família Berlusconi.

Ao protestarem contra a vinda do papa, os professores da universidade “cometeram um erro, demonstrando não crerem suficientemente no pluralismo”, considerou, por sua vez, o jornal Il Sole 24 Ore.

O chefe da Igreja católica deveria tomar a palavra nesta quinta-feira diante de um auditório de professores e estudantes selecionados para a cerimônia de abertura do ano acadêmico.

Um grupo de professores e pesquisadores do departamento de física da universidade, assim como estudantes radicais protestou durante dias contra a visita papal.

O medo de que pudesse haver distúrbios que ameaçassem ao papa parece ter sido a origem do cancelamento da visita.

Fonte:
AFP