Importações ganharão impulso no 2°- semestre

09/01/2009

29 de Junho de 2005 – Decisões de compras de equipamentos feitas anteriormente farão sentir seu peso de agora em diante. O comércio exterior brasileiro manteve-se forte no primeiro semestre do ano, apesar do câmbio desfavorável. As exportações superaram as expectativas mais otimistas, o que resultou num superávit superior a US$ 19 bilhões no período. Em abril, as importações começaram a recuperar fôlego e, de acordo com a maioria dos especialistas ouvidos por este jornal, devem chegar ao final do ano num ritmo mais forte de crescimento do que as vendas externas. Para o ano, a maioria estima superávit em torno de US$ 35 bilhões, uma alta aproximada de 4% sobre 2004, que foi de US$ 33,7 bilhões.

Alguns economistas julgam que os efeitos do câmbio sobrevalorizado serão mais pronunciados no segundo semestre. Na quarta semana de junho, a taxa de crescimento das importações (19,8%) já estava bem próxima à da expansão das exportações (23,6%). “Até agora o câmbio teve pouca influência nas exportações, só na rentabilidade das empresas. A partir de agora pode começar a atingir a competitividade”, diz o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

Para o presidente da Funcex, Roberto Gianetti da Fonseca, a força das importações virá, principalmente, dos bens de capital. Ele destaca os setores siderúrgico, de mineração, infra-estrutura – principalmente eletricidade e locomotivas -, petroquímico e alguns segmentos da indústria de alimentos. “Só o setor ferroviário irá investir cerca de US$ 1 bilhão, o que significa aumento das importações de trens e trilhos”, disse Gianetti, destacando os investimentos anunciados pela Vale do Rio Doce e pela ALL.

Gazeta Mercantil/1ª Página – Pág. 1
Cristina Borges Guimarães,
Denis Cardoso e Sandra Nascimento