Governo não liberou verba para combate à febre aftosa

09/01/2009

BRASÍLIA – O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Maciel, admitiu que o governo não liberou um tostão dos R$ 3,5 milhões previstos para o programa de combate à febre aftosa do Mato Grosso do Sul neste ano. Foi naquele estado, no município de Eldorado, que foram encontradas 153 cabeças de gado contaminadas pela doença, num rebanho de 582.

Ele também informou que o orçamento total para a defesa agropecuária previa cerca de R$ 167 milhões em 2005, que caíram para R$ 37 milhões com o contingenciamento orçamentário e, com o desbloqueio do mês passado, subiram para R$ 91 milhões no total.

Segundo o secretário, cinco municípios da região já foram interditados. Estados vizinhos como São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso já anunciaram possíveis barreiras fitossanitárias. Pecuaristas querem antecipar a vacinação, prevista para o mês que vem.

Maciel disse em entrevista coletiva que o foco de aftosa foi confirmado pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), da Agricultura. Mas ele não recomenda a vacinação antecipada.

Disse ainda que, além de recursos financeiros, sua pasta precisa de recursos humanos, pois o pessoal sob seu comando é insuficiente para fiscalizar todo o rebanho nacional de 190 milhões de cabeças de gado.

Amanhã, governo, parlamentares e pecuaristas vão discutir o problema e o que pode ser feito para evitar a disseminação da aftosa e para minimizar perdas. Maciel prevê que, na melhor das hipóteses, ou seja, com a adoção das medidas necessárias, “tudo deve ser normalizar” em seis meses.

Fonte:
Valor Econômico
Mauro Zanatta e Azelma Rodrigues
11/10/2005