Governo mantém meta de inflação de 4,5% para 2007
09/01/2009
Por Isabel Versiani
BRASÍLIA (Reuters) – O Conselho Monetário Nacional(CMN) manteve a meta de inflação em 4,5% para 2007, primeiro ano do próximo governo, e confirmou a margem de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Os números replicam a meta de 2006, anunciada no ano passado e confirmada nesta quinta-feira pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que destacou que, no longo prazo, o país deve buscar uma inflação em torno de 4%.
“Nós acreditamos que a consolidação de uma meta a ser conquistada no ano de 2006 é uma etapa importante para que nós possamos buscar, no longo prazo, uma meta mais ambiciosa em termos de inflação, que hoje nós consideramos adequada em torno de 4%”, afirmou Palocci em entrevista concedida após a reunião do CMN.
Ao justificar a adoção da meta de 4,5% em 2007, Palocci afirmou que ela é “consistente com trajetória sustentável de crescimento da economia” e argumentou que a experiência internacional indica ser “mais adequado” trabalhar com metas inferiores a 5%.
Em antecipação a críticas de que a meta é muito ambiciosa, Palocci frisou, ainda, que um alvo menos rígido poderia estimular “mecanismos de realimentação inflacionária que não iria atuar favoravelmente em relação ao crescimento econômico mesmo no curto prazo”.
O ministro sustentou, por outro lado, que a dinâmica dos preços relativos de países emergentes como o Brasil justificaria uma meta superior à adotada em outros países, principalmente os desenvolvidos.
“Está razoável, é o que o mercado estava esperando e é o que o BC quer perseguir. É factível para a nossa estrutura econômica”, disse Massaru Nakayasu, economista-chefe do Banco de Tóquio Mitsubishi.
A meta oficial da inflação para este ano é de 4,5%, com margem de tolerância de 2,5 pontos, mas o Banco Central já anunciou que mira em uma inflação de 5,1%. Expectativas do mercado, contudo, apontam para um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 6,16% no ano.
Para 2006, os prognósticos são de uma inflação de 5%.
Reuters
(Reportagem adicional Renato Andrade)
23/6/2005