Furlan eleva a previsão de exportações para US$ 117 bi

09/01/2009

O forte crescimento das exportações este ano obrigou o governo a elevar em US$ 5 bilhões a previsão de US$ 112 bilhões calculada no início de 2005. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, afirmou que as vendas externas serão de US$ 117 bilhões neste ano, e também reconheceu que o principal objetivo do comércio exterior para 2006 – US$ 120 bilhões – será revisado para cima.

O ministro afirmou que, se o desempenho das vendas externas for mantido, o saldo comercial pode chegar a US$ 42 bilhões. A projeção anterior era de US$ 38 bilhões. Furlan disse considerar “um exagero” um superávit anual acima de US$ 40 bilhões e aposta numa recuperação mais forte das importações no último trimestre de 2005. Mas decidiu apostar em uma meta mais elevada de exportações, porque de outubro de 2004 a setembro deste ano as vendas externas ultrapassaram o objetivo inicial, atingindo US$ 112,917 bilhões.

Em setembro, as exportações brasileiras cresceram 2,7% em relação a agosto deste ano, enquanto as importações apresentaram queda de 10% no período. O Brasil vendeu o equivalente a US$ 10,635 bilhões e comprou produtos estrangeiros no valor de US$ 6,306 bilhões, o que resultou em saldo comercial de US$ 4,329 bilhões. Tanto nas compras quanto nas vendas externas, e considerando apenas os meses de setembro, houve quebra de recorde. O saldo obtido em setembro foi o segundo mais alto do ano, perdendo apenas os US$ 5,008 bilhões de julho.

Os produtos manufaturados foram o destaque do mês passado. A média diária de exportações atingiu US$ 280 milhões, um recorde mensal, superando o valor de US$ 266, 7 milhões, obtido em julho de 2005. Em valor, as vendas externas de manufaturados somaram US$ 5,881 bilhões , 55,3% do total exportado.

De janeiro a setembro, o valor das exportações atingiu US$ 86,72 bilhões. As importações foram de US$ 54,05 bilhões, e o saldo ficou em US$ 32,67 bilhões. Nesse período, as médias diárias das vendas foram 23,4% maiores que as do mesmo período de 2004. A variação das importações foi positiva em 19,6%.

No acumulado dos últimos 12 meses (outubro de 2004 a setembro de 2005), as exportações foram de US$ 112,91 bilhões, e as importações chegaram a US$ 71,65 bilhões, o que representa saldo de US$ 41,25 bilhões.

De janeiro a setembro, a participação de manufaturados nas vendas externas também registrou forte crescimento . No mesmo período do ano passado, ela foi de 53,1% e subiu para 54,7% neste ano. No lado das importações, todas as categorias de produtos apresentaram crescimento este ano. Os principais aumentos foram das compras de bens de capital (29,2%), combustíveis/lubrificantes (20,3%), bens de consumo (20,5%) e matérias-primas/intermediários (15,7%).

Na análise dos números da balança comercial nos últimos 12 meses, o governo federal informa que as exportações cresceram 25,7% sobre as vendas externas do período anterior.

Nas importações, a variação foi de 23,5%. A maior contribuição para o aumento das vendas externas dos últimos 12 meses foi dos manufaturados, cujas exportações foram 30,7% maiores, alcançando US$ 63,12 bilhões nesse período.

O real valorizado em relação ao dólar continua preocupando o ministro do Desenvolvimento. Ontem, o fechamento da cotação da moeda americana foi em R$ 2,23. Além do câmbio, Furlan também disse que os desafios futuros dependem do aumento da competitividade das exportações brasileiras. Ele defendeu alívio na burocracia e na carga fiscal sobre o câmbio e a desoneração tributária dos investimentos e da produção. “Estamos sendo estimulados pelo presidente Lula a convencer colegas da Esplanada a reduzir impostos sobre a produção.”

Nesse sentido, a “MP do Bem 2” deve ser publicada em pouco tempo. Segundo Furlan, estão adiantadas as discussões sobre a simplificação do registro e do fechamento de empresas, incentivos fiscais para investimentos, desoneração do IPI – nova lista foi publicada ontem – e redução de tributos sobre produtos de consumo de massa (cesta básica, higiene/limpeza e construção civil).

Fonte:
Valor Economico
Arnaldo Galvão
4/10/2005
(Com agências noticiosas)