Furlan diz que exportações de serviços de TI serão isentas

09/01/2009

O governo planeja anunciar no próximo dia 17 a desoneração total de impostos para exportação de serviços de tecnologia da informação (TI) por empresas brasileiras e estrangeiras. A informação, dada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, foi bem recebida em Davos por grandes companhias com projetos no Brasil, como Hewlett Packard (HP), IBM e AMD.

HP e IBM esperam exportar serviços de TI no valor de US$ 500 milhões cada a partir de 2007. A AMD vai produzir com a brasileira Solectra um aparelho para acessar a internet. A expectativa é de que o programa criará milhares de empregos e atrairá investimentos.

Furlan espera anunciar a desoneração de tributos no próximo dia 17 em reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial. “A negociação com a Receita Federal está na reta final para aprovar essas plataformas de exportação”, disse. As plataformas podem ser instaladas em qualquer lugar do país. Haverá um mecanismo de controle para que as vendas ocorram somente para o exterior.

Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou a investidores que, dentro de 10 a 15 dias, vai lançar o programa PC Conectado, para facilitar a compra de pelo menos 1 milhão de computadores por familias de baixa renda. Nos dois casos, o grande produtor americano HP, com faturamento anual por volta de US$ 80 bilhões, está satisfeito com as perspectivas de novos negócios a partir do Brasil em 2004.

Sua principal executiva, Carla Fiorina, rasgou elogios ao governo Lula e, em especial, a Furlan durante almoço em Davos. Com operações em 150 países, Fiorina disse que todos podiam imaginar como ela é assediada para fazer investimentos. Ela escolheu o Brasil como uma das prioridades do grupo não só pela facilidade do diálogo, mas também pela resposta rápida aos pleitos da empresa. “Pode-se contar nos dedos os países em que isso ocorre”, afirmou.

Em encontro com cerca de 60 executivos, o presidente Lula e vários ministros garantiram que vão manter a estabilidade para o país crescer de forma sustentável. “Vamos trabalhar duro para simplificar a vida das empresas”, prometeu o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Ao conclamar os empresários a investir nos PPPs, Dirceu disse que o fundo garantidor do programa, no valor de US$ 2,2 bilhões, logo estará completamente aprovado para dar “segurança total” ao investidor. Dirceu prometeu também que o Brasil fará a reforma trabalhista, com um anteprojeto no final de 2006.

Sobre a taxa de câmbio, uma das preocupações dos empresários, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, reafirmou que a taxa de cambio efetiva real “ainda se encontra num patamar bastante confortável para exportações”.

Valor Economico
31/1/2005