Fundos de pensão perderam R$ 729 milhões, aponta CPI

09/01/2009

Folhapress
Brasília
A CPI dos Correios identificou operações no mercado financeiro com indícios de irregularidades que teriam representado prejuízos da ordem de R$ 729 milhões aos 14 fundos de pensão investigados por suspeitas de desvio de recursos com fins políticos.
O fundo que teve a maior perda foi a Prece (da Cedae, companhia estadual de saneamento do Rio), com R$ 309 milhões, seguido da Sistel (telecomunicações), com R$ 154 milhões, segundo relatório divulgado ontem pelo sub-relator da CPI deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
Numa sessão fechada, o deputado apresentou os números das investigações aos demais integrantes da CPI. Ele evitou relacionar o resultado do trabalho a ingerências políticas e disse que ainda não é possível dizer se as perdas dos fundos se deveram à gestão ineficaz dos recursos ou “à má-fé”.
O relatório aponta, ainda que de forma indireta, para o esquema de caixa 2 de Marcos Valério de Souza, devido a alguns dos beneficiários das transações: as perdas dos fundos de pensão representam ganhos na mesma proporção para outros agentes do mercado financeiro, como investidores, corretoras e distribuidoras de valores.
Entre os beneficiários das transações com os fundos foram citados José Carlos Batista, dirigente da empresa de fachada Guaranhuns (empregada pelo PL para receber recursos de Valério), Bônus-Banval (ligada a integrantes do PP acusados no esquema) e Lúcio Bolonha Funaro, tido como doleiro e suspeito de envolvimento com lavagem de dinheiro.
Segundo a CPI, há fortes indícios de que Batista era usado como laranja para repassar a outras pessoas ganhos oriundos das transações.

Fonte:
Gazeta de Alagoas