FMI e Banco Mundial prevêem crescimento acima de 3%
09/01/2009
O Fundo Monetário Internacional (FMI), no informe semestral sobre as perspectivas mundiais divulgado em abril, previu que a economia brasileira crescerá 3,5% em 2004 e elogiou o desempenho do governo.
“Políticas fiscais prudentes que resultaram em um superávit fiscal primário de mais de 4,25% do PIB em 2003, sem levar em conta o pagamento dos juros da dívida, e passos para reestruturar a dívida pública ajudaram a aliviar as preocupações com a estabilidade da dinâmica da dívida do setor público no Brasil”, afirmou o FMI.
Segundo o relatório, a melhora da confiança e os sinais de recuperação no Brasil se devem a suas fortes políticas macroeconômicas e a um progresso nas reformas estruturais. O crescimento de 3,5% esperado para este ano, depois de uma queda de 0,2% no ano passado, resultará principalmente da baixa da taxa básica de juros. “A Selic foi reduzida em 10,25% desde junho de 2003, em resposta à queda da inflação”, observou o relatório.
O FMI, contudo, fez um alerta sobre o grande volume da dívida pública, que “continua representando um fator de vulnerabilidade significativa, principalmente se houver uma piora das condições dos mercados financeiros ou erros de política que afetem a confiança dos investidores”.
Para a América Latina como um todo, o FMI previu crescimento de 3,9% em 2004, o que significa uma elevação de 0,4% em relação às suas últimas projeções. Em 2003, o crescimento da região foi de 1,7%. De acordo com o relatório Perspectivas Econômicas Mundiais, o continente deverá crescer 3,7% em 2005.
A perspectiva de crescimento na região, segundo o FMI, é apoiada pelo “fortalecimento da demanda interna, preços mais altos das matérias-primas e pela recuperação global da economia”. As exportações também permitiram uma melhora no balanço de conta corrente da região, que registrou superávit em 2003, o primeiro em 35 anos.
O desemprego continua em níveis altos, o que contribui para as tensões sociais em vários países. Neste sentido, o Fundo lembra que reduzir os altos níveis de dívida pública “acarretaria uma série de benefícios nas condições sociais a longo prazo”.
Em termos mundiais, além de destacar o bom desempenho da América Latina, o FMI elevou a previsão de crescimento econômico dos Estados Unidos, Alemanha, Japão e Grã-Bretanha, mas reduziu as projeções para França, Itália e Canadá. Segundo o relatório do Fundo, a economia global deverá registrar uma expansão de 4,6% em 2004 e de 4,4% em 2005. Para este ano, o FMI previu as seguintes taxas de crescimento: Estados Unidos, 4,6%; Japão, 3,4%; zona do euro, 1,7%; Alemanha, 1,6%; Grã-Bretanha, 3,5%; Itália, 1,2%; França, 1,8%, e Canadá, 2,6%.
Bird também eleva previsões
A recuperação nas economias do Brasil e do México elevarão para 3,8% o crescimento do PIB da América Latina e do Caribe em 2004, segundo o Banco Mundial (Bird). Em 2003, a região cresceu 1,3%, para uma expansão global de 2,6%. A projeção foi feita no relatório Fundos Mundiais de Financiamento para o Desenvolvimento 2004, com base, principalmente, no aumento das exportações desses dois países. No caso do Brasil, o Bird prevê expansão em torno de 3,5%. Em relação às exportações, a meta do governo brasileiro é atingir um total de US$ 82 bilhões, com superávit de US$ 25 bilhões na balança comercial.
“O crescimento na América Latina tem sido lento, em parte devido ao diferente comportamento dos países, mas agora parece que a recuperação vai se estender, particularmente após ganhar força no Brasil e no México no final de 2003”, disse o economista-chefe do Bird, François Bourguignon. O economista-chefe do banco para a América Latina e Caribe, Guillermo Perry, afirmou que “a América Latina deve aproveitar esta oportunidade para reduzir suas vulnerabilidades macroeconômicas e avançar nas reformas estruturais para sustentar o crescimento a longo prazo”.
Para a economia global, o Bird projeta um crescimento econômico de 3,7% em 2004, ante 2,6% em 2003 e 1,8% em 2002.
De acordo com o Bird, o fluxo de investimento estrangeiro direto na América Latina e Caribe caiu de 5% do PIB em 1998 para 2% em 2003. Ainda assim, Brasil, Chile, Argentina, México e Venezuela permanecem entre os maiores receptores de IED.
Investe Brasil
(AFP/Reuters/Efe/Gazeta Mercantil/Folha Online/IB – 19 a 21.4.2004)