FMI: bancos europeus precisam de até 200 bilhões de euros
05/10/2011
A Europa precisa de entre 100 bilhões e 200 bilhões de euros para recapitalizar seus bancos, disse o diretor do departamento europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI), Antonio Borges, nesta quarta-feira.
"Estamos falando em um dado de 100 a 200 bilhões de euros, que na nossa visão é muito, muito pequeno se comparado ao tamanho dos mercados de capital da Europa e comparado aos recursos do novo e maior EFSF (fundo de resgate da região)", afirmou."Houve muita conversa sobre os bancos franceses, mas… o problema é muito espalhado. Nenhum setor bancário no mundo pode sustentar uma perda generalizada de confiança, e precisamos restaurar a confiança na Europa."Borges também disse que o FMI vai "definitivamente participar" em um segundo pacote de resgate para a Grécia se o organismo estiver satisfeito com a determinação do país para resolver seus problemas de dívida.Ele também disse que investidores têm preocupações válidas sobre uma possível recessão. Segundo ele, as preocupações de recessão "estão mais relacionadas a problemas no setor financeiro e à possibilidade de um choque de crédito do que ao que está acontecendo no front fiscal".
No auge da crise de crédito, que se agravou em 2008, a saúde financeira dos bancos no mundo inteiro foi colocada à prova. Os problemas em operações de financiamento imobiliário nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro. Para diminuir os efeitos da recessão, os países aumentaram os gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais.
Mas o estímulo não foi suficiente para elevar os Produtos Internos Brutos (PIB) a ponto de garantir o pagamento das contas.A primeira a entrar em colapso foi a Grécia, cuja dívida pública alcançou 340,227 bilhões de euros em 2010, o que corresponde a 148,6% do PIB. Com a luz amarela acesa, as economias de outros países da região foram inspecionadas mais rigorosamente. Portugal e Irlanda chamaram atenção por conta da fragilidade econômica.
No entanto, o fraco crescimento econômico e o aumento da dívida pública na região já atingem grandes economias, como Itália (120% do PIB) e Espanha. Um fundo de ajuda foi criado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Central Europeu (BCE), com influência da Alemanha, país da região com maior solidez econômica.
Contudo, para ter acesso aos pacotes de resgates, as nações precisam se adaptar a rígidas condições impostas pelo FMI. A Grécia foi a primeira a aceitar e viu manifestações contra os cortes de empregos públicos, programas sociais e aumentos de impostos.
Fonte:
Reuters
Terra