Fluxo de capitais para emergentes bate recorde em 2005

09/01/2009

EXAME
Nem mesmo a alta do petróleo e o aumento das taxas de juros nos principais mercados impediram que o fluxo de capitais para países emergentes batesse recorde em 2005. De acordo com o relatório sobre o sistema financeiro divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Mundial (Bird), esses países receberam 491 bilhões de dólares no ano passado – valor 51% superior ao registrado em 2004.

O movimento em direção aos emergentes foi impulsionado por uma série de fatores, entre eles privatizações e o interesse do investidor estrangeiro por títulos em moeda local. Os empréstimos ao setor privados desses países também aumentaram consideravelmente, chegando a 192 bilhões de dólares em 2005. Em 2003, esse valor foi de 85 bilhões. A razão, segundo o BID, está na alta liquidez dos mercados e na melhoria do perfil de crédito desses países.

“O aumento do fluxo de capitais reflete uma maior confiança na economia dos países emergentes. Eles estão tirando proveito de condições favoráveis no mercado mundial”, disse o economista-chefe do BID, François Bourguignon.

O banco também cita a importância do comércio Sul-Sul, ou seja, entre países em desenvolvimento. O comércio nesse grupo movimentou 562 bilhões de dólares em 2004 – em 1995, esse número foi de 222 bilhões. Os investimentos diretos entre países emergentes também vem aumentando. Em 2003, o montante foi de 47 bilhões de dólares, contra 14 bilhões de dólares em 1995. Grande parte desses investimentos acontece entre empresas de médio porte, geralmente na mesma região. Por exemplo: companhias russas investindo na Europa Oriental. A exceção fica por conta das empresas chinesas, que têm investido em projetos envolvendo recursos naturais na América Latina.

Como de praxe, o relatório do Banco Mundial também traz alguns alertas. A boa performance econômica dos países emergentes está baseada na melhoria de políticas locais, mas também em condições externas favoráveis. “Muitos países em desenvolvimento já esgotaram todas as medidas utilizadas para absorver a alta do petróleo. Com isso, eles permanecem vulneráveis a futuros choques”, disse Uri Dadush, diretor de projetos para desenvolvimento do BID.

Fonte:
Exame