Fipe mantém previsão de 6% para a inflação
09/01/2009
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) atingiu, em agosto, 0,99%. Apesar deste percentual – o maior do ano – o economista Paulo Picchetti, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) não alterou sua expectativa para 2004. Ele mantém a previsão de a inflação fechar em 6%.
Para ele, a taxa deve recuar para 0,4%, em média, nos próximos meses. “Exceto por um aumento nos preços dos combustíveis, não há previsão de nenhum item que possa pressionar o índice para cima”, afirmou Picchetti.
A alta do mês é a maior em 18 meses, só superada pelo indicador da primeira quadrissemana de março de 2003 (1,2%). O pico de 2004 anterior havia sido registrado em junho (0,92%), por causa do reajuste dos combustíveis.
A Fipe chegou a revisar por duas vezes a previsão de inflação para agosto, um mês em que se sabia que o IPC seria fortemente afetado pelo reajuste das tarifas de energia elétrica e do telefone, sem falar dos planos de assistência médica. Em julho, a inflação medida pela Fipe fechou em 0,59%.
Como os demais índices, o IPC surpreendeu em agosto com um aumento de 6,54% nos preços dos produtos in-natura. O grupo dos alimentos registrou alta de 1,06% pressionado basicamente por três produtos: cebola (27,38%), tomate (28,82%) e batata (22,91%). Picchetti explica que o baixo preço de venda de 2003 levou os produtores a reduzirem a área plantada, o que foi agravado pelo frio deste ano, que reduziu ainda mais a oferta.
A tendência, segundo Picchetti, é que esses preços se estabilizem a partir de agora. A decisão do governo de isentar do PIS e do Cofins produtos da cesta básica, anunciada no fim de julho, ajuda a conter o índice. Em agosto, os preços do arroz e do feijão caíram 5,54% e 5,99%, pela ordem. Se a previsão da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) se confirmar, ainda há espaço para novas reduções, pois a estimativa era de uma queda de preços entre 7% e 8%. Com essas reduções, o conjunto dos semi-elaborados teve queda de 0,77%. Os alimentos industrializados tiveram pequena alta, de 0,24%.
O IPC ainda refletiu em agosto os reajustes nas tarifas de energia e telefonia, com variações de 9,55% e 5,23%, pela ordem. Por isso, o item que apresentou maior alta foi Habitação (1,78%), seguido por Alimentação (1,06%); Transportes (1,05%); Saúde (0,61%); Vestuário (0,12%) e Educação (0,12%). O grupo Despesas Pessoais apresentou deflação de 0,45%.
Valor Economico
7/9/2004