Fiesp propõe melhorias na relação comercial do Brasil com a China
09/01/2009
Além das negociações de Doha e das missões empresariais que estão sendo preparadas pela entidade, balança comercial com o país asiático foi o principal assunto discutido ontem com o ministro Celso Amorim
Preocupado com o aumento do déficit na balança comercial do Brasil com a China, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, entregou nesta segunda-feira (28) uma pauta de reivindicações ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, durante almoço realizado em São Paulo. No encontro também foram abordadas as negociações da Rodada de Doha e as missões empresariais que a Fiesp está preparando para este ano.
De acordo com o vice-presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior (Coscex), Carlos Cavalcanti, a Fiesp está empenhada em construir uma agenda positiva de relação comercial com a China. Apesar de manter boa relação política, a Federação entende que a relação comercial precisa ser melhorada. No ano passado, a balança comercial apresentou pela primeira vez um déficit, com saldo negativo de U$ 1,8 bilhão para o Brasil. E a projeção para este ano é ainda pior: estima-se um aumento no déficit entre U$ 4 e 5 bilhões.
A entidade apresentou ainda a preocupação com o déficit em bens industriais na balança comercial, que no ano passado ficou em torno de U$ 9 bilhões. “Neste ano, a perda deverá ficar entre 12 e 15 bilhões de dólares”, projetou Cavalcanti. Como forma de contribuir com a melhoria desta relação comercial entre os dois países, a Fiesp sugere ao Ministério das Relações Exteriores um encontro entre os governos chinês e brasileiro para aperfeiçoar a qualidade do comércio, especialmente para o Brasil.
A proposta inclui quatro pontos, que são: acabar com práticas ilegais de comércio, dentro do diálogo estratégico a nível governamental; revisar a escalada tarifária da Política de Desenvolvimento Industrial chinesa; equiparar o estoque de investimentos (atualmente o estoque na China de investidores brasileiros é maior); e facilitar a entrada do etanol brasileiro, tendo em vista o alto nível de poluição no país asiático.
Doha
Recém-chegado do Fórum Econômico Mundial – realizado na semana passada em Davos, na Suíça – o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou em entrevista coletiva que há grandes chances de conclusão da Rodada de Doha. O otimismo que contaminou os participantes do encontro na Suíça se deve especialmente ao risco de recessão da economia dos Estados Unidos e à eleição presidencial daquele país. “Temos de aproveitar este momento, que ajuda a fechar a rodada agora”, pontuou.
A Fiesp entende que é necessário fechar a Rodada de Doha agora, tendo em vista que há ambiente propício para a negociação. Depois de redigido, o texto do acordo terá de ser aprovado por 150 países, o que levaria um tempo considerável para o efetivo aumento do comércio mundial.
fonte:
Fiesp