Fiesp e Ciesp dizem que impacto de pacote cambial é limitado
09/01/2009
O diretor do departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, considerou “quase neutro” o impacto das medidas cambiais sobre os exportadores, anunciadas ontem (26) pelo governo federal.
“Apesar de saudável, correto e desejável, a ligação entre ele [o pacote cambial] e a taxa de câmbio é muito pequena, quase que inexistente”, disse. Ele afirmou, no entanto, que as medidas atendem parcialmente aos interesses dos empresários.
De acordo com o pacote, os exportadores ficam desobrigados a converter para moeda brasileira o valor total das vendas realizadas para fora do país, o que permite que parte da importância em dólar permaneça no exterior para pagamento de compromissos dos exportadores.
Na análise de Francini, o reflexo positivo das medidas é a queda nos custos com as liberações dessas operações. “Antes, as empresas tinham que internar determinados valores, trazer dólares para o Brasil para depois pagar compromissos no exterior”.
O diretor do departamento de Economia do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Antônio Correa de Lacerda, afirma que o pacote foi correto no sentido da flexibilização do câmbio. “Mas seus efeitos são limitados para a reversão da valorização do câmbio”.
Segundo ele, as ações devem “criar facilidades operacionais para as empresas, especialmente as que têm um volume expressivo de comércio externo, mas não trazem mudanças expressivas no conjunto da competitividade da indústria”.
Na visão do economista, há dois fatores que inibem o investimento produtivo, além da questão cambial: a taxa de juros, “uma das maiores do mundo”, e a elevada carga tributária.
Fonte:
Primeira Hora
Autor/Agência Brasil