Fiesp: Copom desperdiça oportunidade de ajuste no juro

09/01/2009

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) afirmou hoje em nota à imprensa que “mais uma vez, foi desperdiçada importante oportunidade de um corajoso ajuste na queda dos juros no Brasil”. “A insistência do Copom (Comitê de Política Monetária) em não praticar cortes mais significativos na Selic (taxa básica de juros) tem custado muito ao País, tanto em perda de crescimento como na sobrevalorização do câmbio que tira competitividade do produto brasileiro”, afirma Paulo Skaf, presidente Fiesp.

Segundo a entidade, “anteriormente, apontavam os erros da política monetária apenas os suspeitos de sempre: representantes do setor produtivo em geral e a FIESP em particular. Atualmente, também os banqueiros, seus principais executivos e, até mesmo, estudo da Casa das Garças (conhecido think tank do pensamento econômico conservador) já desenham cenário para cortes mais fortes nas taxas de juros. No caso do referido estudo, seus autores sinalizam a necessidade de corte superior a dois pontos percentuais.”

Abdib

O presidente da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, disse, em nota divulgada esta noite, que a cautela do Copom em reduzir a Selic pode ser conseqüência do temor de que a infra-estrutura do País não suporte um possível crescimento mais robusto da economia, fortalecida por juros mais baixos.

“Temos essa desconfiança, de que o Copom, ao reduzir os juros de forma mais acentuada, receia que a atividade econômica decorrente possa não encontrar infra-estrutura suficiente para suportá-la. (…) Mais do que riscos à inflação, há riscos de estrangulamento da capacidade da infra-estrutura – principalmente as redes de transporte e energia elétrica – de suportar uma movimentação econômica maior”, disse em nota divulgada à imprensa.

Por isso, acrescentou Godoy, o Brasil precisa superar os entraves da infra-estrutura: “Realmente, não temos uma infra-estrutura capaz de absorver um crescimento mais ousado e por isso precisamos construí-la urgentemente”.

Fonte:
A Tarde Online