Faturamento das micro e pequenas deve cair 2,8% em 2006

09/01/2009

SÃO PAULO – O faturamento real das micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo acumulou queda de 3% nos dez primeiros meses de 2006 ante o mesmo período do ano passado, segundo estudo divulgado nesta terça-feira pelo Sebrae-SP. Mesmo com a esperada recuperação nas vendas no fim de ano, a instituição estimou que o faturamento cairá 2,8% em 2006, ou R$ 6,9 bilhões a menos que em 2005.

Para o diretor superintendente do Sebrae-SP, José Luiz Ricca, a conjuntura econômica atrapalhou o desempenho das micro e pequenas empresas. “Apesar das expectativas positivas no início do ano, as micro e pequenas empresas tiveram que conviver com uma depressão de preços no mercado e a queda da taxa de juros não chegou até a base”, afirmou, em comunicado à imprensa.

O levantamento apontou que, por setores de atividade, as MPEs apresentaram desempenhos bastante diferenciados até outubro. A pequena Indústria paulista apresentou faturamento médio 1% superior ao resultado do mesmo período do ano passado. Os setores de Comércio e Serviços, por sua vez, tiveram queda no faturamento, no mesmo tipo de comparação, de 4,0% e 3,9%, respectivamente.

Por regiões, o estudo mostrou que a maior queda de faturamento foi registrada entre as empresas do interior do Estado (-3,4%), seguida pelo município de São Paulo (-2,9%), Região Metropolitana (-2,7%) e Grande ABC (-1,6%).

De acordo com o Sebrae-SP, entre as razões para o fraco resultado geral até outubro, destacam-se o mau desempenho das MPEs do Comércio no interior, em virtude da crise que se abateu no primeiro semestre sobre a Agropecuária. Contribuiu também o fraco desempenho de Serviços na capital paulista, prejudicado pelo elevado endividamento das famílias com prestações de bens não produzidos por MPEs, como automóveis e celulares, e a concorrência mais forte, decorrente do crescimento acentuado das importações durante o ano.

A pesquisa divulgada nesta terça pelo Sebrae-SP foi elaborada com a colaboração da Fundação Seade. Mensalmente, são ouvidos 2,7 mil empresários de MPEs em todo o Estado de São Paulo, da indústria de transformação, comércio e prestação de serviços. Esta amostra é representativa do total de 1,3 milhão de MPEs paulistas.

Otimismo
A pesquisa mostrou que, apesar da expectativa de queda no faturamento, cresceu a parcela das Micro e Pequenas Empresas do Estado mais otimistas para os próximos meses. Segundo o levantamento, em novembro, os indicadores de expectativa de faturamento mostram que 47% dos empresários entrevistados acreditam que o faturamento vai se manter nos níveis atuais, 33% que vai aumentar, 17% projetam piora e os que não sabem dizer representaram 4% do total. Em julho, ao fim de um primeiro semestre de perdas, 54% acreditavam que o faturamento iria se manter, 25% que iria aumentar e 18% projetavam um cenário pior.

Em relação à economia brasileira, como um todo, 44% dos empresários consultados acreditam que a situação irá se manter; 29% que irá melhorar e 20% que haverá piora. Entre os consultados, 8% não souberam responder.

De acordo com o Sebrae-SP, apesar de 2006 ter sido um ano “relativamente fraco” para as micro e pequenas empresas, o cenário de juros em queda e recuperação da renda do trabalhador projetam alguma melhora para os pequenos negócios em 2007. A instituição destacou que, para as pequenas, a retomada do crescimento no mercado interno é muito aguardada, uma vez que o consumo interno é o principal canal de demanda dos pequenos negócios.

fonte:
Estadão