Exportações devem perder fôlego e crescer apenas 5%
09/01/2009
O Brasil começa 2005 tentando chegar aos US$ 100 bilhões em exportações. Alcançar a meta – para cuja comemoração o ministro Luiz Furlan já separou um champagne – representa uma alta de apenas 5% nas vendas externas em relação ao recorde de US$ 96 bilhões que deve ser anunciado hoje.
Mesmo assim, não será fácil. Analistas se dividem entre queda de 2% e alta de 10%.
Em 2005, diversos fatores que ajudaram o país a exportar 30% mais não estarão presentes. Entre eles, a expressiva alta de 17% no preço das commodities (excluído o petróleo) e o forte crescimento dos EUA (4,5%), China (9,0%) e Argentina (8%). “Os Estados Unidos vão impor uma desaceleração aos chineses, que consumirão menos commodities, afetando os preços de produtos importantes para o Brasil”, diz Carlos Urso, da LCA Consultores.
A alta de 30% nos embarques brasileiros até novembro foi resultado de um aumento de 17,7% no volume e de 11,3% no preço de exportação. A rentabilidade total recuou 6% até novembro, mas as empresas brasileiras ficaram mais competitivas na Europa por conta da valorização do euro frente ao dólar. Para as importações de 2005, a previsão é de alta de 20%, puxada pelo investimento (compra de bens de capital) e pela renda.
Em 2004, as vendas de manufaturados cresceram 32% até novembro. Esse resultado ajudou São Paulo a inverter o ciclo de cinco anos de queda de participação nas exportações.
Valor Online
Raquel Landim e Daniel Rittner
3/01/2005