Exportação deve ajudar indústria de máquinas a crescer 6% neste ano

O setor de máquinas e equipamentos espera um crescimento de 6% no faturamento deste ano, segundo previsão da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Se essa previsão for concretizada, significará uma mudança importante em relação à queda observada no ano passado. A tendência é de que as exportações aumentem em 10% e continuem com uma participação fundamental, encabeçadas pelos segmentos de máquinas para a área petrolífera e de produção agrícola.

Os novos investimentos que as empresas do setor farão neste ano apontam para uma soma total de R$ 6 bilhões, ou seja, um aumento de 42,3% em relação a 2002, com cerca de R$ 3,9 bilhões investidos em máquinas e equipamentos e R$ 2,1 bilhões em instalações, prevê Luiz Carlos Delben Leite, presidente da Abimaq.

Quanto à criação de novos empregos nas indústrias, a expectativa é de que as contratações aumentem entre 2,5% e 3%, em um cenário de crescimento da economia de pelo menos 3%. Para Delben Leite, o incentivo à produção e ao emprego virá com a queda dos juros e com a maior competitividade da indústria brasileira. Neste sentido, o fim da cumulatividade da Cofins poderá ajudar na desoneração dos custos em uma cadeia produtiva longa como a de máquinas, avalia.

O dólar entre R$ 3 e R$ 3,10 será também outro fator importante para a rentabilidade e poder de competição do segmento, afirma o diretor.

Em 2003, o faturamento da indústria de máquinas e equipamentos teve um crescimento nominal de 2,1% e alcançou R$ 34,9 bilhões, frente R$ 34,2 bilhões do ano anterior. Em termos reais, o resultado do ano ficou negativo em 9,6%, quando deflacionado pela variação do Índice de Preços por Atacado, medido pela Fundação Getúlio Vargas. O avanço foi puxado pelo aumento das exportações, que subiram 33,5%. Na opinião de Delben Leite, a melhora da capacidade de venda ao mercado externo é fruto do trabalho de empresários em busca de novos compradores, somado aos bons preços e à alta qualidade dos produtos brasileiros.

As importações realizadas pelo setor foram de US$ 1,43 bilhão no ano passado, valor 26,6% maior do que o verificado em 2002. Dentre as áreas de maior crescimento estiveram as produtoras de máquinas-ferramenta (45,6%), máquinas agrícolas (42,6%) e máquinas e equipamentos para madeira (40%). Na outra ponta, as áreas de mecânica pesada, máquinas gráficas e equipamentos para fabricantes de plásticos tiveram, respectivamente, queda nominal de 34%, 9,3% e 5,4%.

Atualmente, de acordo com dados da Abimaq, o Brasil é o décimo produtor mundial do setor e possui 1,5% da produção industrial. Em relação às exportações, o país conta com 0,5% do mercado internacional.

Valor Economico -Raquel Salgado- 11/2/2004