Expectativa do mercado para o IPCA de 2014 avança para 6,43%
20/05/2014
O mercado financeiro espera mais inflação para este ano e menor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central nesta segunda-feira (19), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. O documento, que é divulgado semanalmente, é fruto de pesquisa com economistas de mais de 100 instituições financeiras.
Para 2014, a estimativa dos analistas dos bancos para o IPCA, índice de inflação calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), subiu de 6,39% para 6,43%, voltando a se aproximar do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação para este ano. A previsão chegou a ultrapassar o teto no mês passado, mas depois recuou. Para 2015, a expectativa ficou estável em 6%.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central tanto para 2014 como para 2015 é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.
Quando os números são mais altos que o esperado, o presidente do Banco Central precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões que motivaram o "estouro" da meta formal. No começo do ano, a inflação avançou com mais intensidade por conta do aumento dos preços dos alimentos – resultado das condições climáticas adversas (seca ou excesso de chuvas) no país.
Crescimento do PIB
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014, a previsão dos economistas recuou de 1,69% para 1,62% na última semana. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz.
O crescimento do PIB do país previsto para 2014 continua abaixo do estimado no orçamento federal – de 2,5% – e também menor que a previsão (2%) divulgada pelo Banco Central no mês passado.
Para 2015, a perspectiva de expansão da economia brasileira, feita por analistas do mercado financeiro, subiu de 1,90% para 2%.
Taxa de juros
O principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação é a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. Ela reflete o custo do dinheiro para empréstimos bancários, com base na remuneração dos títulos públicos, e é definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom) da instituição. Para conter a inflação, o BC vem subindo os juros desde abril do ano passado. Até o momento, foram nove altas consecutivas.
Atualmente, a taxa está em 11% ao ano. O mercado financeiro manteve a aposta de que os juros não subirão na reunião do Copom marcada para o fim deste mês. Entretanto, os analistas acreditam que a taxa ainda deverá registrar alta até o fim deste ano, visto que a estimativa para a taxa Selic, no fechamento de 2014, permaneceu em 11,25% ao ano. Para o fechamento de 2015, a previsão dos economistas para os juros básicos ficou estável em 12,25% ao ano.
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 ficou estável em R$ 2,45 por dólar. Para o fechamento de 2015, a estimativa dos analistas dos bancos para o dólar subiu de R$ 2,50 para R$ 2,51.
A projeção para o superávit da balança comercial (resultado do total exportações menos importações) em 2014 permaneceu em US$ 3 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial ficou estável em US$ 10 bilhões.
Para 2013, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros ficou inalterada em US$ 55 bilhões.
Fonte:
G1