Europa dos 25 é um novo desafio para o Mercosul
09/01/2009
Brasília, São Paulo, 30 de Abril de 2004 – Acordos podem ser mais difíceis com a UE ampliada. Amanhã é um dia histórico na União Européia (UE). Na quinta e maior ampliação desde 1951, quando o bloco começou a ser formado, Polônia, Hungria, Estônia, Letônia, Lituânia, Eslováquia, Eslovênia, República Checa, Malta e Chipre passam a fazer parte do grupo, que, até hoje, tem 15 sócios.
Esses países acrescentarão cerca de € 404 bilhões ao PIB da UE, ou 5% do que é hoje. Pode ser pouco agora, mas as perspectivas são de que esses países, que têm renda per capital equivalente a cerca de 50% da média da UE-15, alcançarão níveis equivalentes aos atuais sócios, como ocorreu com a Irlanda, por exemplo. Estima-se que isso levará ao menos duas décadas, mas a integração tem sido assim, a passos lentos, porém sempre para frente.
A ampliação tem certo gosto de reencontro, ao juntar no bloco países do ex-bloco comunista, o que se tornou possível com a queda do Muro de Berlim, em 1989.
Um dos impactos mais óbvios da ampliação para o Brasil é que, na negociação do acordo comercial Mercosul/UE, os dez novos membros passam a participar oficialmente. Um efeito disso poderá ser uma maior dificuldade na negociação, se economias como a da Polônia, que tem cerca de 20% de sua população na área agrícola, se aliar a países como a França, reticentes à liberalização agrícola européia.
Para Osvaldo Douat, presidente da Coalizão Empresarial Brasileira (CEB), grupo que acompanha as negociações internacionais, o acordo birregional aumentará o acesso do Brasil ao mercado europeu e ampliará a base de consumidores para seus produtos. Os consumidores da UE crescerão em 80 milhões de pessoas, para cerca de 450 milhões.
Porém, terá de competir com a melhoria industrial dos novos membros. E afirma que a escala com que o impacto para o País será sentido na indústria dependerá de cada segmento. “A situação de eletroeletrônicos, por exemplo, é preocupante.”
Os novos membros ainda não adotarão o euro e nem terão o direito para trabalharem e viverem na Europa Ocidental, que os países dessa área se concedem mutuamente. Mas adotarão tarifas externas e regras comuns, o que nesse último caso facilita a realização de negócios na região e as exportações realizadas por países de fora da UE, como o Brasil.
Gazeta Mercantil
(Gisele Teixeira, Claudia Mancini e agências)