EUA: corte de juro não muda expectativas do mercado

09/01/2009

Denise Campos de Toledo

A última reunião do Comitê do Federal Reserve deste ano envolve uma série de expectativas. O mercado dá como certo mais um corte de 0,25 p.p. na taxa básica de juros. Mas aguarda o comunicado que virá junto com a taxa, que já poderá revelar as principais preocupações do Banco Central americano em relação ao andamento da economia dos Estados Unidos e as indicações quanto aos futuros passos da política monetária.

Ainda que o Federal Reserve confirme as expectativas, e reduza a taxa básica em 0,25 p.p., isso poderá não ser suficiente para produzir uma acomodação maior das expectativas ou assegurar um comportamento mais tranqüilo dos mercados a curto e a médio prazo.

Desde o início da crise do setor imobiliário, o Fed tem mostrado uma preocupação séria com os possíveis desdobramentos tanto para o sistema bancário como para o desempenho da economia.

Os cortes dos juros, inclusive dos empréstimos para os bancos, e as constantes injeções de recursos na economia, foram a comprovação dessas preocupações. Trouxeram alguma confiança, na medida em que deixaram evidente a disposição da autoridade monetária em minimizar os efeitos da crise.

Por outro lado, fica no ar o tamanho do problema, dada a necessidade do Fed de romper com a política que vinha sendo implementada. O controle da inflação ficou em segundo plano diante dos riscos de uma recessão ou de problemas mais intensos no sistema de crédito.

Essa avaliação abre espaço, inclusive, para alguma especulação quanto à possibilidade de um corte maior dos juros ou de novas reduções também da taxa de redesconto, do custo dos empréstimos para os bancos, que continuam administrando perdas pesadas. E não apenas bancos americanos. Europa e Japão também estão sentindo o impacto da crise imobiliária, dado o envolvimento de grandes instituições com o subprime.

Fonte:
Invertia