Estrangeiros já são donos de 38,9% das ações da Petrobras

09/01/2009

Rio de Janeiro, 11 dez (EFE).- A Petrobras fechou outubro com mais de 500 mil acionistas e com 60% do seu valor em mãos de investidores privados, dentre os quais 38,9% de propriedade de estrangeiros, disse hoje o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli.

Pouco mais de um terço das ações da empresa brasileira pertencem a investidores privados internacionais, que têm ADRs (American Depositary Receipts) negociados principalmente nos mercados de Nova York, explicou Gabrielli em uma apresentação em São Paulo.

Outros 8% são de estrangeiros que operam na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

A Petrobras promoveu hoje em São Paulo o seminário “Melhores práticas de divulgação de informações”, e destacou alguns números que fazem da estatal uma referência nas bolsas de valores.

Em outubro, 39,9% de suas ações eram do Estado ou do BNDES.

No mesmo mês, 28,3% estavam nas mãos de investidores brasileiros na Bolsa de São Paulo, onde a Petrobras é a empresa de maior liquidez, com um movimento financeiro diário de US$ 334 milhões em média.

No mercado de Nova York (Nyse) a empresa negocia diariamente outros US$ 340 milhões. Seus títulos também são negociados nas bolsas de Madri e Buenos Aires.

A participação total de estrangeiros na Petrobras aumentou significativamente em comparação com julho de 2000, quando os ADR representavam 9,5%, e as ações de estrangeiros na Bovespa, 10,9%.

Durante a abertura do seminário, Gabrielli afirmou que o acesso às reservas “é o principal ativo das empresas de petróleo, além de ser uma questão estratégica”.

Ele defendeu o “conceito amplo” de reserva, que inclui comerciabilidade, capacidade econômica de processar hidrocarbonetos, instalações e equipamentos.

A Petrobras registra 13,2 bilhões de barris de petróleo e gás natural como reservas provadas.

A empresa explora e produz petróleo e gás em oito países, dentre os quais Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela.

A empresa, disse Gabrielli, possui reservas suficientes para sustentar seus planos de expansão a médio prazo.

“Até 2015, não precisamos de novas descobertas para atingir nossas metas”, disse ao explicar que o plano de investimentos – de cerca de US$ 100 bilhões em uma década – contempla US$ 7,4 bilhões em média por ano entre 2007 e 2011, apenas em prospecção e produção.

Gabrielli afirmou que a Petrobras realiza uma operação para se adequar à chamada Lei Sarbanes Oxley.

A estatal espera obter antes de julho de 2007 a primeira certidão desse mecanismo, criado na Bolsa de Valores de Nova York para promover uma maior transparência entre as empresas.

Fonte:
Agencia Efe