Estrangeiro aplicou R$ 1,855 bi no semestre
09/01/2009
São Paulo, 5 de Agosto de 2004 – O fluxo de capital estrangeiro na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou saldo negativo de R$ 304,843 milhões no fechamento de julho – resultado de vendas de ações no valor de R$ 6,268 bilhões e compras no valor de R$ 5,963 bilhões. Porém, o movimento de saída iniciado em junho, quando as vendas superaram as aplicações em R$ 571, 312 milhões, já começa a perder força. No primeiro semestre, o saldo ficou positivo em R$ 1,855 bilhão.
“O comportamento do investidor estrangeiro em julho pode ser visto como uma realização de lucros, já que o Ibovespa, quando considerado o período de um ano, ainda acumula forte valorização, com espaço para recuar”, disse o gerente de operações da corretora Geração Futuro, Décio Pecequilo. De julho de 2003 a julho deste ano, o índice subiu 64,6%. De acordo com a consultoria Economatica, em dólar, a alta foi de 61,3%.
Pecequilo acrescenta que o aumento nos juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, na última reunião do Fed, o banco central daquele país, pode ter colaborado para a saída. “Com juros um pouco maiores, aumenta a preferência em alocar os recursos em títulos do Tesouro norte-americano, a aplicação mais segura do mundo”.
No entanto, ele destaca que, apesar da expectativa de novos aumentos nos juros dos Estados Unidos, a recuperação da economia brasileira e os resultados positivos apresentados por bancos e siderúrgicas, “torna a Bovespa uma alternativa de investimento excelente para o segundo semestre, com chances de o índice chegar aos 23 mil pontos no curto prazo”.
O diretor da consultoria Acionista, Ricardo Guerses, está otimista com o andamento das definições da regulamentação para o setor elétrico. ” Com regras mais claras, o investidor fica mais confiante, volta para o papel e fica por mais tempo”. Ele acrescenta que as ações de Embraer e do setor varejista, também têm potencial de alta e são aplicações atrativas.
Durante o mês de julho a bolsa movimentou um volume financeiro de R$ 23,84 bilhões. De acordo com os dados da Bovespa os investidores pessoas físicas aumentaram a sua participação de 27,1% em junho, para 30,1% em julho e lideraram a movimentação, seguidas pelos institucionais que elevaram a participação de 25,9%, para 27,0%. Já os investidores estrangeiros passaram de 27,2% em junho, para 25,7% em julho.
Guerses destaca que o que tem motivado as pessoas físicas a aplicar em bolsa é a facilidade em realizar operações por meio da internet, a vinda de empresas para o mercado de capitais e o lançamento do fundo Papel Índice Brasil Bovespa (PIBB).
Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados
(Tatiana Cristina Silva)
5/8/2004