Energia e gasolina vão subir mais em 2014
06/06/2014
A conta de energia e dos combustíveis pagos pelo brasileiro deve ficar mais alta que o previsto inicialmente pelo Banco Central. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem a instituição revisou de 9,5% para 11,5% o reajuste na tarifa de eletricidade para 2014. O BC ainda registrou aceleração nos preços da gasolina, cuja projeção triplicou entre fevereiro e abril, de 0,6% no ano para 1,8%. O gás de botijão também subiu, passou de 0,3% de elevação para 0,5%.
Apesar desses números mais altos, sobretudo de energia, a previsão do Banco Central para o reajuste nas tarifas públicas em 2014 ficou estável em 5%. O impacto de alta foi absorvido por mudanças nas previsões para as tarifas de telefonia fixa, que passaram de reajuste zero para queda de 4,2% no ano.
Com isso, as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano recuaram, mas ainda permanecem acima do objetivo perseguido pelo BC, uma taxa de 4,5%. O valor da previsão da autoridade monetária, no entanto, não foi divulgado, ele será conhecido apenas no fim do mês, quando a instituição divulgará o Relatório Trimestral de Inflação.
CÂMBIO
A desaceleração da inflação oficial e das previsões foi influenciada também pelo câmbio. A instituição vê um dólar mais favorável ao custo de vida. Até a reunião do Copom de fevereiro, a instituição trabalhava com uma cotação de R$ 2,40 como premissa. No encontro do colegiado de abril, essa taxa foi diminuída para R$ 2,30. Agora, a instituição passou a usar um dólar a R$ 2,20.
A diretoria do BC sinalizou ainda que, além de um crescimento mais modesto para o ano, também vê o fim de pressões decorrentes de choques de alimentos e da alta do dólar ante o real.
PREÇOS
A ata do Copom explicou que a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos 12 meses contribuiu para que a inflação mostre resistência. Segundo a diretoria do BC, esse movimento foi influenciado por realinhamentos de preços domésticos em relação aos internacionais e de preços administrados em relação aos livres. “Para combater essas e outras pressões inflacionárias, nos últimos 12 meses as condições monetárias foram apertadas”, disse a instituição em um trecho do documento.
Flávio Serrano, economista do Espirito Santo Investment Bank, espera um novo ciclo de aperto monetário na virada para 2015. “Está pesando o lado da atividade. Então ele parou e deve ficar aguardando a evolução do cenário econômico. Ele crê em desaceleração da inflação para algo entre 5% e 5,5%. Nós não esperamos isso. Esperamos novas pressões”, disse Serrano.
Fonte:
Radio Rio Vermelho