Empresas importam mais para atender exportações

Grandes empresas vão acelerar a importação no segundo semestre. Na primeira metade do ano, as 40 maiores importadoras do país já compraram 41% a mais no exterior em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

A Caraíba Metais deve importar de 6% a 10% mais no segundo semestre do ano ante o primeiro, quando as importações foram 139% superiores às de 2003. Prevendo aumentar as vendas entre 8% e 10% na segunda metade do ano, a fabricante de celulares Motorola também vai comprar mais componentes no exterior. No primeiro semestre, suas aquisições de partes e peças cresceram 42%.

O grupo Randon deve aumentar de US$ 15 milhões em 2003 para US$ 20 milhões as importações de insumos e componentes. O volume acompanha a expansão do nível de atividade. A empresa já viu acender o sinal amarelo na oferta interna de insumos como produtos siderúrgicos, pneumáticos e fundidos.

Mas o aumento das importações não deve afetar o saldo da balança comercial, como em outras fases de retomada da economia. Parte expressiva do aumento de compras no exterior tem como destino as exportações. A fabricante de bens de capital Caterpillar elevou as importações em 74% no primeiro semestre, mas suas exportações subiram 147%.

Dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior demonstram que a elevação de gastos com importação deve-se mais a aumento do volume que à alta de preço. No primeiro semestre do ano, em relação a igual período de 2003, a quantidade importada cresceu 18,6% e os preços, 5,3%. Nos últimos 12 meses, o volume de bens intermediários adquiridos no exterior está apenas 5% abaixo do nível registrado há 3 anos.

Valor Economico
2/8/2004