Empresas aumentam produção no exterior

09/01/2009

A inexistência de acordos bilaterais em mercados chaves como o americano e a erosão da rentabilidade provocada pela valorização cambial levaram as empresas brasileiras a ampliar seu processo de internacionalização. Os planos das companhias com presença no exterior incluem o deslocamento de linhas ou aumento da produção nas subsidiárias.

A Marcopolo aposta na elevação da produção de sua fábrica em Portugal, metade exportada para a União Européia, e da Colômbia, que já fornece para o mercado equatoriano. A expectativa é, a partir da Colômbia, atingir também Venezuela e Peru, conta o vice-presidente da empresa, José Antonio Martins. “Como são todos países do Pacto Andino, há a vantagem de redução tarifária”.

A Weg tem boas expectativas, especialmente para sua fábrica no México. O câmbio no país está estável há dois anos e há a vantagem da proximidade com os EUA, avalia Décio da Silva, presidente. “Com a valorização do real, a unidade mexicana ganhou competitividade”.

A Santista Têxtil vai fabricar bens de maior valor agregado em sua unidade no Chile, o que poderá elevar a produção exportada dos atuais 66% para 80% em 2005. Como a moeda chilena também tem se valorizado, os acordos bilaterais fazem a diferença, diz Herbert Schmid, presidente. “O acordo do Chile com os EUA tem a vantagem de permitir redução tarifária”. A unidade receberá investimentos de 10% a 12% da receita líquida. As fábricas brasileiras terão investimentos reduzidos de 8% a 9% para 7%.

A internacionalização das empresas brasileiras, em especial na América Latina, deu bons resultados. A AmBev, presente em 11 países da região, elevou sua receita líquida em 83% em 2004. A Hering tem dez lojas franqueadas e quer estar em todas as capitais da região até o fim do ano. A Natura viu sua receita líquida em dólar crescer 52% com as operações na Argentina, Chile e Peru. Ainda este ano chega ao México.

Valor Economico
Marta Watanabe, Raquel Salgado, Daniela D’Ambrosio e Carolina Mandl
14/3/2005