Empresários jogam a toalha em termos de PIB para 2005
09/01/2009
O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro precisa crescer 4,3% no último trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2004 para alcançar o crescimento de 3% projetado pelo governo, destaca o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado é semelhante ao alcançado no quarto trimestre do ano passado (4,7%).
Mesmo esperando resultados melhores para os últimos três meses do ano, “esse ritmo de crescimento não deve ser alcançado”, avalia Paulo Francini, diretor do Depecon (Departamento de Economia) da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
“Simplesmente não há motivos para recuperação econômica tão forte. Já passamos por boa parte do quarto trimestre, e nada mudou. Não se pode esperar grande coisa desses meses. A indústria de São Paulo, que tem comportamento semelhante à indústria nacional, não está crescendo com intensidade”, disse.
O presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Cláudio Vaz, também aguarda crescimento para o período, devido ao tradicional aquecimento da economia no final de ano, mas tal expansão não deve ser significativa na indústria. “A atividade é sempre maior no quarto trimestre, não necessariamente na indústria, mas no comércio e serviços.”
Juros – Um fato positivo atrás da retração do PIB é que tal revés deve aumentar o ritmo de queda da taxa básica de juros, a Selic. O resultado do período seria uma forma de endossar a tese de que o BC teria “exagerado na dose”.
Por conta disso, o mercado espera uma redução maior da taxa já em dezembro, e redobra agora suas atenções para dois eventos previstos para esta quinta-feira: a divulgação da ata do Copom e o encontro do BC com analistas.
“O resultado do PIB sem dúvida indicará para uma queda mais consistente da Selic nos próximos meses. Se isso acontecer, haverá uma sinalização mais nítida de ‘melhores momentos’ para a economia brasileira”, afirma o economista Francisco Rosza Funcia, do Imes.
O economista Sérgio Werlang, diretor do Banco Itaú e ex-diretor do Banco Central, espera uma redução de até um ponto percentual no juro na próxima reunião do Copom, em dezembro. “Nós estávamos trabalhando com redução de 0,75 ponto. Agora não ficarei surpreso se a taxa cair em um ponto percentual.”
Fonte:
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
Com AE