Empresários e sindicalistas criticam queda de 0,75 ponto na Selic
09/01/2009
O corte de 0,75 ponto na taxa básica de juros (Selic), anunciado ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) frustrou empresários e sindicalistas, que aguardavam uma baixa de pelo menos 1 ponto. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, declarou que a decisão do Copom demonstra que o Banco Central “está alheio à opinião dominante do governo; não se importa com o ritmo comportado da inflação e não se preocupa com a ridícula taxa de crescimento que o Brasil apresenta”.
Dividido, BC decide reduzir juros para 16,5% ao ano
Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, voltou a acusar a equipe econômica de manter uma idéia “obsessiva” e “falsa” sobre o controle da inflação e voltou a bater nas taxas de juros e no baixo ritmo de crescimento da economia:
“Essa espécie de patologia nos aprisiona a metas irrealistas de inflação e amarra o processo de desenvolvimento à pesada âncora que é a taxa básica de juros”, afirmou o líder sindical, cuja opinião é compartilhada com o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva. Para ele, “a redução da taxa Selic de 17,25% para 16,5% ao ano é pífia para o crescimento da economia”.
Ainda no âmbito do empresariado, o discurso é semelhante. O diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), afirmou que a redução foi “tímida” e se disse “esperançoso” de que o País alcance uma taxa real de juros “civilizada” até o final do ano. Essa é a mesma opinião de Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“Eu reduziria em 1,5 ponto percentual, mas o Banco Central vem se mostrando mais uma vez extremamente conservador”, disse.
Fonte:
Invertia