Emprego na indústria tem maior queda em cinco anos

14/01/2009

Recuo em novembro foi de 0,6% na comparação com outubro. No confronto com novembro de 2007 ainda houve crescimento, mas desempenho foi o pior em dois anos

O nível de emprego na indústria brasileira acompanhou o ritmo da produção e caiu 0,6% em novembro em relação ao mês anterior. Essa é a maior queda mensal apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde outubro de 2003.

Na comparação com novembro de 2007, a ocupação industrial apresentou alta de 0,4%, consolidando o 29º mês consecutivo com resultado positivo nesta base; mesmo assim, o resultado representa o pior desempenho desde outubro de 2006.

O Paraná teve o segundo pior resultado dentre os estados da federação, com queda de 1,6% no emprego industrial em relação a novembro de 2007, pressionado principalmente pelas demissões do setor de vestuário (-19%) e madeireiro (-16,6%). Já no acumulado do ano, o estado apresenta alta de 1,4%. Santa Catarina teve o pior desempenho regional, com retração de 2,8%.

O analista da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do IBGE, André Macedo, diz que os números refletem ajustes nos setores que vinham impulsionando a expansão do mercado de trabalho. “A desaceleração é reflexo, principalmente, das paralisações não programadas e férias coletivas nos dois últimos meses de 2008”, avalia

Segundo o analista, os setores que já vinham com comportamento negativo continuam na mesma tendência. “A grande novidade são os setores que cresciam expressivamente, acima de 6%, e perderam fôlego”, aponta Macedo.

Nas regiões avaliadas, constatou-se incremento no nível de emprego na indústria em oito das 14 áreas pesquisadas, com maiores impactos observados em São Paulo (0,7%) e Minas Gerais (2,9%), na comparação com novembro de 2007.

Se comparado o nível de emprego nos primeiros onze meses do ano passado, o IBGE observou crescimento em 12 dos 18 ramos e em 11 dos 12 locais pesquisados. As principais influências no ano também vêm de São Paulo (3,3%) e Minas Gerais (4,5%).

O IBGE indicou que, na comparação com novembro de 2007, houve crescimento dos postos de trabalho em 11 dos 18 setores pesquisados, com destaque para com máquinas e equipamentos (6,3%), alimentos e bebidas (1,9%), minerais não-metálicos (7,5%), meios de transporte (4,1%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (4,9%).

Em sentido contrário, vestuário (-9,8%), madeira (-9,9%) e calçados e artigos de couro (-8,2%) exerceram as principais pressões negativas.

Pagamento

O valor real da folha de pagamento da indústria caiu 2,7% em novembro em relação a outubro, no segundo resultado negativo consecutivo ante mês anterior. O índice de média móvel trimestral da folha, segundo os técnicos do instituto, ficou estável, com recuo de 0,1% no trimestre encerrado em novembro ante o terminado em outubro.

Fonte:
Gazeta do Povo